
11 de fevereiro de 2021 | 03h31
O presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, Yoshiro Mori, decidiu se demitir após a polêmica gerada por suas declarações machistas, durante uma reunião do comitê. A informação é da imprensa japonesa, divulgada nesta quinta-feira, 11. No último dia 3, ele disse que "mulheres falam demais", competem entre si de forma irritante e que as que trabalham no Comitê Organizador "sabem seu lugar".
Mori comunicou sua decisão de renunciar ao cargo a pessoas próximas à organização após as contínuas críticas que vem recebendo desde que os comentários ganharam repercussão na semana passada, disseram fontes próximas à emissora estadual NHK.
O ex-primeiro-ministro japonês, de 83 anos, falou sobre os supostos inconvenientes representados pela presença de mulheres em reuniões. "Ouvi alguém dizer que, se aumentarmos o número de mulheres no conselho, temos que regular o tempo de uso da palavra de alguma forma ou nunca terminaremos", disse ele ao ser questionado sobre os planos do Comitê Olímpico de aumentar o número de membros femininos de 20% para 40%.
Mori, que também mencionou o "grande senso de rivalidade" das mulheres, veio a público no dia seguinte ao início da polêmica para se desculpar e dizer que não renunciaria.
No entanto, a saída da figura de responsabilidade máxima à frente de Tóquio 2020 pode ser oficializada nesta sexta-feira, 12, quando um conselho de administração e assessores da comissão organizadora serão convocados para tratar do assunto
Entre as vozes que protestaram contra as declarações está a do Comitê Olímpico Internacional (COI), que as classificou de "absolutamente inapropriadas" e "em contradição" com a política do órgão.
As palavras de Mori também motivaram a retirada de centenas de voluntários japoneses inscritos para ajudar na organização dos Jogos e de corredores que iam participar do revezamento da tocha olímpica no Japão, cujo percurso está previsto para o fim de março./ EFE
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