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Após incertezas, Paralimpíada começa no Rio nesta quarta

Evento supera desconfiança e tem boa expectativa de público, com 1,6 milhão de ingressos vendidos

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Por Marcio Dolzan
Atualização:

Depois de um período de incertezas, os Jogos Paralímpicos do Rio-2016 começam oficialmente nesta quarta-feira tentando reprisar a Olimpíada, que ficou marcada por disputas memoráveis e quebras de recordes dentro das pistas, quadras e piscinas, e por alguns improvisos fora dela. No fim, o público ficou com uma boa impressão dos Jogos do Rio e isso acabou nutrindo grandes expectativas para a competição que começa nesta quarta e se estende até o próximo dia 18.

Os Jogos Paralímpicos têm números consideravelmente menores que o da Olimpíada, mas mesmo assim eles não deixam de ser grandiosos. Em 11 dias de competição, serão disputadas 23 modalidades, e um total de 528 provas distribuirão medalhas. Dessas, 225 são femininas, 265 masculinas e 38 mistas.

Atletas austríacos treinam na Vila Olímpica para competição no Rio Foto: Al Tielemans/AP

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Ao todo, serão cerca de 4.300 atletas de 161 países em ação. O Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês) também terá uma delegação, formada por atletas independentes e refugiados. Todas as delegações estarão representadas nesta quarta-feira à noite na cerimônia de abertura, e nesta terça elas já ocupavam seus lugares na Vila Paralímpica.

O público parece animado. Nas últimas duas semanas, a venda de ingressos para os Jogos Paralímpicos estourou e a tendência é de casa cheia em praticamente todas as finais. Até o fim da tarde desta terça-feira, 1,6 milhão de ingressos já haviam sido vendidos, de um total de 2,4 milhões que foram colocados à venda. Há dez dias, menos de 300 mil haviam sido comercializados.

O Brasil é uma das potências paralímpicas, mas quem for ao Parque Olímpico da Barra, ao Estádio Olímpico (Engenhão), à Lagoa Rodrigo de Freitas ou às arenas de Deodoro poderá acompanhar alguns dos maiores paratletas da atualidade.

Um deles é o sueco Jonas Jacobsson que, aos 51 anos, já é dono de 28 medalhas, das quais 17 são de ouro. Cadeirante, ele é considerado uma lenda do tiro esportivo e, no Rio-2016, estará disputando sua décima paralimpíada. 

O "Bolt Paralímpico" também já está no Rio. O irlandês Jason Smyth pode reprisar o jamaicano nesta Paralimpíada porque, assim como Usain Bolt, disputará o tricampeonato nas provas dos 100 metros e dos 200 metros. Cego, Smyth é recordista mundial dessas duas provas , com a marca de 10s46 (100 m), e 21s05 (200 m). 

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A Paralimpíada também terá muitas ausências – são 43 países a menos do que os Jogos Olímpicos disputados no mês passado. A principal delas é da Rússia, banida completamente da competição devido ao escândalo de doping que já havia tirado boa parte da delegação também da Olimpíada.

MUDANÇAS

Problemas de caixa fizeram o Rio-2016 mudar muitos de seus planos para os Jogos Paralímpicos. O de maior impacto ficou no Complexo Esportivo de Deodoro, que não terá mais seu parque aberto como aconteceu durante os Jogos Olímpicos – apenas as arenas serão utilizadas. A competição de esgrima em cadeira de rodas, prevista para ocorrer lá, foi transferida para o Parque Olímpico.

O Comitê Rio-2016 também se viu obrigado a encerrar o contrato de trabalho de quase dois mil funcionários temporários antes do previsto. Por economia, o número de voluntários também foi reduzido.

Além disso, os governos federal e da cidade do Rio se viram obrigados a aportar dinheiro público no evento, cujo orçamento estava previsto para ser estritamente privado. Por meio de estatais, a União investiu R$ 100 milhões através de verba publicitária. Já a Prefeitura do Rio vai injetar R$ 150 milhões.

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