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Às vésperas da Olimpíada, Parque Olímpico recebe últimos ajustes

Local deve receber 180 mil pessoas por dia a partir de sábado

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Foto do author Marcio Dolzan
Por Marcio Dolzan
Atualização:

A quatro dias da abertura do Parque Olímpico, o “coração dos Jogos Olímpicos” recebe seus últimos ajustes. O local está quase pronto. Ainda é possível ver guindastes e homens caminhando para lá e para cá, mas nada que preocupe os organizadores. Nas alturas, operários colocam adesivos, passam fios, verificam a iluminação. Em terra firme, carrinhos abastecem bares com bebidas e garis deixam as calçadas limpas. O clima é de quem prepara uma festa.

Quase não se veem mais operários circulando pelo local. Os que restaram tratam mais da retirada de entulhos em algumas partes – eles ainda existem, mas em locais isolados e cercados, fora do alcance do grande público. Em cima dos guindastes, em geral estão técnicos de uma empresa de telefonia. “Estamos reforçando o sinal de celular, tanto de dados quanto de voz”, explicou um deles.

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O reforço se explica porque a estimativa é de que o Parque Olímpico receba 180 mil pessoas todos os dias a partir de sábado. Desde outubro do ano passado, antenas foram espalhadas por vários pontos do local que ocupa 1,18 milhão de metros quadrados às margens da Lagoa de Jacarepaguá. Os técnicos garantiram que todas já estão instaladas e o que eles fazem agora é mera manutenção preventiva.

A situação da lagoa sempre foi um dos temores da organização. O odor ruim exalado pelas águas poluídas foi motivo de reclamações das atletas de handebol que disputaram o evento-teste em maio – a Arena do Futuro, casa da modalidade, fica bem ao lado.

No fim da tarde de ontem, porém, não havia qualquer sinal de cheiro ruim na região. Ao contrário, dava até para sentir o odor da madeira recém colocada no estande de um dos patrocinadores que terá um espaço no Live Site, a “fan fest olímpica”, que também fica às margens da lagoa.

O Live Site promete ser o segundo local de maior concentração do público que estiver no Parque Olímpico. Ele tem um palco para shows e um grande telão para a exibição de algumas das sessões esportivas. Uma arquibancada foi montada do lado oposto ao palco por um dos patrocinadores, enquanto que o entorno conta com estandes dos principais parceiros comerciais dos Jogos.

A arquibancada também tem tudo para ser um grande “ponto de selfies”. Um extenso telão exibe imagens em movimentos das mascotes dos Jogos do Rio, Vinícius e Tom. No início da noite de ontem, era constante a passagem de funcionários pelo local que paravam para fazer fotos. Até um segurança fez a dele.

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Os aros olímpicos espalhados por diversos pontos do parque também deverão render muitas fotos para os visitantes. Assim como acontece na Praça Mauá, no centro da cidade, com o letreiro “#CidadeOlimpica”, o tamanho dos aros instalados no Parque Olímpico da Barra vai permitir ao visitante que faça um registro literalmente “dentro” da Olimpíada.

O ponto de maior concentração de público é também o mais central. No meio do Parque Olímpico, à direita de quem entra e segue pela Via Olímpica, está montada a maior praça de alimentação do local. Há pelo menos duzentas mesas para quatro pessoas já colocadas. Em volta, os bares já estão sendo abastecidos.

Na Arena de Tênis, que ontem sediou os treinos de alguns dos principais astros do torneio, casos do espanhol Rafael Nadal, do sérvio Novak Djokovic e do britânico Andy Murray, até três dias atrás ainda era possível observar operários soldando cadeiras nas arquibancadas. Ontem, o barulho era apenas do som das raquetes rebatendo as bolinhas.

COMEMORAÇÃO

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No Rio-2016, o discurso é positivo. Questionado sobre o que falta para abrir o Parque Olímpico, Gustavo Nascimento, diretor de Gestão de Instalações do comitê, brincou: “Encher as geladeiras de cerveja e refrigerante”.

Segundo Nascimento, o entulho visto em alguns lugares pela reportagem será todo retirado até sexta-feira. “São embalagens, caixas, material utilizado para abastecer as arenas. É a mesma coisa de quando você chega a um apartamento novo. Você começa a mobiliar e sobra o material”, exemplificou.

Ele disse que os funcionários que circulam pelo parque tratam apenas dos últimos ajustes. “Hoje (ontem) estávamos finalizando os testes de luz para a TV”, afirmou.

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Na semana passada, o comitê realizou um “teste de estresse” no sistema de energia, ponto nevrálgico da Olimpíada. Em abril, durante o Troféu Maria Lenk e o evento-teste de ginástica artística, problemas com energia causaram interrupção nas provas.

Agora, tudo parece estar funcionando. “O teste que fizemos na semana passada foi um sucesso”, garantiu Nascimento.

Última obra a ser entregue, o Velódromo ainda carece de uma limpeza final. “Contratamos uma empresa para isso na semana passada. Está levantando um pouco de poeira porque a madeira (da pista) é nova e os atletas estão treinando”, declarou o diretor. “Pode ter certeza que quem vier no sábado vai encontrar um parque lindo.”

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