Toshiro Muto, CEO do Comitê Organizador Tóquio 2020, afirmou nesta quarta-feira, dia 9, que todos os atletas serão monitorados por GPS durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, além dos jornalistas presentes no Japão para cobrir o evento.
Uma lista detalhada das áreas que serão visitadas nas duas semanas de competição, como instalações esportivas e hotéis, deverá ser apresentada pelos cerca de 6 mil repórteres que vão desembarcar em Tóquio durante a competição.
Muto também disse, em entrevista coletiva, que o sistema de monitoramento será usado não para rastrear cada movimento dos participantes olímpicos, mas para rastreá-los retroativamente, caso surja algum um problema durante o período em que estarão na capital japonesa.
O Japão não testemunha as infecções generalizadas vistas em outras partes do mundo, mas acumula mais de 760 mil casos e mais de 13.600 mortes. Tóquio e outras regiões do país estão sujeitos a um estado de emergência que deve ser suspenso no próximo dia 20. A taxa de vacinação do país aumentou para cerca de 11% da população inoculada com ao menos uma dose, um ritmo ainda lento na comparação com outras nações avançadas.
A Olimpíada de Tóquio será realizada de 23 de julho a 8 de agosto. Ela foi adiada em um ano por causa da pandemia da covid-19. Mesmo assim, a competição será disputada em meio a preocupação crescente de que o evento global sobrecarregue o sistema de saúde já afetado pelo surto de coronavírus.
Primeiro-ministro lamenta a pressão de fazer Olimpíada na pandemia
O primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, afirmou nesta quarta-feira que lamenta ter que suportar toda a pressão de realizar as Olimpíadas durante uma crise sanitária global . Há relatos de que seu governo é a favor de permitir que a população local possam ir aos locais de competição.
O evento esportivo enfrenta uma oposição forte do público, de especialistas médicos e de alguns ex-atletas em meio a uma quarta onda de infecções de covid-19. Os comentários de Suga pareceram ilustrar as tensões que emergem enquanto o governo reforça ao mundo as suas garantias de que os Jogos serão seguros quando começarem no próximo dia 23 de julho.
O primeiro-ministro falava em reação a um parlamentar opositor que disse durante uma sessão do legislativo que Suga está sendo atacado por realizar os Jogos durante a pandemia de covid-19 quando a governadora de Tóquio, Yuriko Koike, deveria estar se pronunciando.
"Embora eu (tenha tentado fazer) tais comentários, os debates do Parlamento concluem que todas as responsabilidades deveriam ser assumidas pelo primeiro-ministro. Não estou tentando fugir (das responsabilidades), mas sinto que é lamentável que esta seja a direção do debate no Parlamento", disse Suga.