Batidas, vôos, emoção e hematomas na estréia olímpica do BMX

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Por DEBORAH CHARLES
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Corredores com capacetes e pequenas bicicletas desabando pela rampa de largada, dando saltos voadoers e sobrevivendo a batidas em alta velocidade marcaram o primeiro dia da categoria BMX no ciclismo olímpico, nesta quarta-feira. No mundo do vale-tudo do BMX (ou bicicle motocross), diversos favoritos foram para o chão mas ainda conseguiram se recuperar e avançar para a próxima fase -- inclusive as duas favoritas no feminino. A estréia do evento em uma Olimpíada, mirando uma audiência mais jovem para os Jogos, confirmou sua reputação de ser um esporte rápido e excitante. Com muito rock bombando como pano de fundo, os corredores tatuados e cheio de piercings correram de oito em oito pela pista empoeirada, saltando alto e se acotovelando em busca de melhores posições. A ação dura menos de 40 segundos, com os bikers se lançando da rampa de largada e atingindo velocidades de até 65 km/h na terra, derrapando em curvas fechadas e sendo catapultados em grandes saltos, pedalandos suas bicicletas ferozmente o tempo todo. Depois da primeira fase, 32 homens correram em três provas nas quartas-de final, com os quatro mais rápidos de cada bateria avançando para as semifinais de quinta-feira. As mulheres tiveram apenas rodadas qualificatórias e todas competem nas semis de quinta. O favorito para a medalha de ouro, o norte-americano Mike Day, provou que é o homem a ser batido, terminando as primeiras rodadas na primeira posição e depois vencendo as três corridas das quartas. Seu companheiro de equipe Donny Robinson, também cotado para medalhas, teve um acidente na primeira prova das quartas, mas se recuperou nas outras duas e avançou para as semis. "Não poderia ser mais radical do que isso", disse Robinson, que definiu o difícil circuito de BMX de Laoshan como "espinhoso". "Pequenos erros custam um grande tempo. Esse é o espírito do BMX", disse o biker. "Tudo pode acontecer e por isso é que é legal de assistir." A campeã mundial de BMX, Shanaze Reade, da Grã-Bretanha, grande favorita no feminino, teve um susto ao bater na primeira curva da primeira de duas qualificatórias. Aos 19 anos, ela, que também tem um título mundial em ciclismo de pista, se recuperou e fez uma supreendente segunda prova, terminou o dia qualificada em segundo para a semi de quinta-feira. Exibindo vários piercings, Reade não soube explicar sua queda, mas quando perguntada se teve medo na largada para a segunda corrida, ela foi enfática: "Nunca tenho medo, nunca tenho medo." A veterana fracesa Anne-Caroline Chausson também bateu. Mas sua primeira corrida foi tão rápida que ela terminou em primeiro na qualificação feminina para as semis. A francesa, que desistiu da aposentadoria para disputar o BMX na Olimpíada, disse que o esporte é bom para os Jogos. "É uma nova modalidade, uma modalidade divertida, como snowboard, motocross. Espero que o esporte cresça em popularidade." "Sendo um esporte veloz e intenso para os espectadores, ele atende às expectativas dos mais jovens." As semifinais e as finais do BMX acontecem na quinta-feira.

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