Bia Ferreira e Hebert Conceição vencem suas lutas no boxe e vão disputar o ouro em Tóquio

Pugilistas brasileiros têm ótimas exibições na semifinal, superam oponentes na votação dos jurados e se aproximam do lugar mais alto do pódio olímpico

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Por Wilson Baldini
Atualização:

Beatriz Ferreira e Hebert Conceição garantiram pelo menos a medalha de prata com boas vitórias nas semifinais nesta quinta-feira no boxe. Foram soberanos e sobraram nos ringues. Na categoria dos pesos leves (até 60 quilos) nos Jogos Olímpicos de Tóquio, Bia venceu a finlandesa Mira Potkonen, na semifinal do boxe, por 5 a 0, em decisão unânime dos jurados (30 a 27 - três vezes - 29 a 28 e 30 a 26). A quarentona não suportou os golpes da brasileira. 

Atual campeã mundial, Beatriz volta ao ringue na madrugada deste domingo para a disputa da final, quando terá pela frente a irlandesa Kellie Harrington, que eliminou a tailandesa Sudaporn Seesondee, por 3 a 2. Bia é favorita ao ouro.

Bia Ferreira bate finlandesa Mira Potkonen Foto: Amr Abdallah Dalsh/ Reuters

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Esta é a oitava medalha do boxe brasileiro em Olimpíadas. Servílio de Oliveira foi bronze no México-1968, depois Esquiva Falcão, Yamaguchi Falcão e Adriana Araújo subiram no pódio em Londres-2012. Robson Conceição foi campeão na Rio-2016. Em Tóquio, além de Bia e Hebert, o peso pesado Abner Teixeira ficou com o bronze. O Brasil tem na categoriam portanto, três conquistas assegurada, mesmo número de pódios do skate em Tóquio.

Bia começou no boxe aos quatro anos de idade na garagem de casa, onde seu pai, Raimundo, mais conhecido no boxe como Sergipe (tricampeão baiano, bicampeão brasileiro e sparring de Popó) dava aulas para crianças carentes da região.

Por falta de competições de boxe feminino, ela precisou esperar até 2014 para iniciar a carreira. Venceu uma luta, mas acabou desclassificada porque já havia participado de uma competição de muay thai e recebeu punição de dois anos. A Associação Internacional de Boxe proibia que as atletas participassem de torneios por outras modalidades .

Bia voltou em 2016 e passou também a ser sparring de Adriana Araújo, medalha de bronze na Olimpíada de Londres-2012. Talentosa, ficou com a vaga da amiga, que passou para o boxe profissional. Em 30 competições internacionais, só não subiu no pódio uma vez. Entre suas principais conquistas está o título mundial, em 2019, na Rússia.

Hebert Conceição está classificado para a final Foto: How Hwee Young/ EFE

Peso médio

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Depois de Beatriz Ferreira, o boxeador Hebert Conceição também garantiu pelo menos a medalha de prata na categoria dos pesos médios (até 75 quilos) nos Jogos de Tóquio, ao vencer o russo Gleb Bakshi, na semifinal do boxe, por 4 a 1, em decisão dividida dos jurados (30 a 27 duas vezes, 29 a 28 duas vezes; e uma para o russo 29 a 28). 

A vitória foi uma revanche para Hebert, que perdera a semifinal do Mundial para o russo, em 2019. Atual terceiro colocado no Campeonato Mundial, Hebert volta ao ringue no sábado para a disputa da decisão, quando terá pela frente o ucraniano Oleksabdr Khyzhniak, que eliminou o filipino Eumir Marcial, pupilo do supercampeão Manny Pacquiao, por 3 a 2.

"Feliz pelo meu desempenho, pela vitória. Eu nuca perdi uma revanche e consegui reverter esta situação, porque havia perdido para ele na semifinal do Mundial. Vamos buscar o ouro. Ele nunca esteve tão perto. Vamos deixar tudo no ringue na final", disse o boxeador, sempre com o sorriso no rosto. 

A luta foi disputada na média distância, com Hebert muito bem no contra-ataque e nas esquivas. Todo ataque do russo foi respondido pelo brasileiro, com uppers e diretos de direita. No segundo assalto, Hebert passou a trocar a guarda, lutar como canhoto e obteve sucesso no ataque. O russo, muito forte, tentou ir para cima, mas sofreu com a mobilidade do brasileiro. O terceiro assalto foi bem equilibrado. Um forte soco do russo foi devolvido com juros por Hebert, que acertou um direto e dois ganchos para garantir a vaga na final olímpica.

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