Em luta parelha, Bia Ferreira perde para irlandesa no boxe e fica com a prata na Olimpíada de Tóquio

Combate com Kellie Harrington foi equilibrado, mas juízes apontam vencedora de maneira unânime

PUBLICIDADE

Por Wilson Baldini Jr
Atualização:

A pugilista Beatriz Ferreira ficou com a medalha de prata na Olimpíada de Tóquio ao perder, neste domingo, a final da categoria dos pesos leves (até 60 kg) para a irlandesa Kellie Harrington, em decisão unânime dos cinco jurados: 29 a 28 para três deles e 30 a 27 para dois.

Além da prata conquistada por Bia, o boxe brasileiro soma mais sete medalhas em Olimpíadas. Servílio de Oliveira foi bronze no México-1968, depois Esquiva Falcão, Yamaguchi Falcão e Adriana Araújo subiram no pódio em Londres-2012. Robson Conceição foi campeão na Rio-2016, enquanto Abner Teixeira ficou com o bronze entre os pesados e Hebert Conceição foi ouro em Tóquio.

Bia Ferreira fica com a prata na final da categoria peso leve Foto: José Méndez/ EFE

PUBLICIDADE

Ao contrário das outras lutas na capital japonesa, Beatriz Ferreira não teve a mesma eficiência nos golpes, muito por causa da boa movimentação de Harrington. A irlandesa teve sucesso na tática de não confrontar o ataque da brasileira e acertou bons contra-ataques desde o início.

No segundo assalto, Bia tentou ser mais agressiva, mas na troca de golpes o último e mais contundente sempre foi da lutadora europeia, que ampliou ainda mais sua vantagem no terceiro e decisivo assalto. 

Aos 28 anos, Beatriz Ferreira soma os títulos sul-americano, pan-americano e mundial. Em Tóquio, se tornou a primeira boxeadora sul-americana a alcançar a final olímpica da modalidade. O boxe feminino passou a ser disputado em Londres-2012. Após o anúncio da vencedora da final, ainda no ringue, Bia se dirigiu às câmeras e pediu desculpas pela derrota: "Desculpa pai, desculpa Brasil".

Ela vinha fazendo boas lutas. A prata é um passo gigantesco para a modalidade feminina no Brasil. A boxeadora também fez um apelo para que outras meninas se interessem pelo boxe e pelo esporte de modo geral. Em toda sua carreira, com mais se 120 lutas, ela só deixou de subir ao pódio uma única vez.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.