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Brasil mostra evolução e se despede dos Jogos de Inverno com boa expectativa para 2026

Sem tradição nos esportes de gelo e neve, País volta da China com resultados importantes e marcas inéditas

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Por Redação
Atualização:

A imagem do esquiador Manex Silva conduzindo a bandeira brasileira no Ninho do Pássaro, durante a cerimônia de encerramento dos Jogos de Inverno de Pequim, colocou o ponto final em uma participação animadora do Brasil na competição. Sem tradição nos esportes de gelo e neve, o País conseguiu resultados importantes e marcas inéditas.

Na cerimônia, assim como na abertura, apenas quatro profissionais do Time Brasil desfilaram. Além de Manex, estavam lá a também esquiadora Eduarda Ribera, o chefe de missão Anders Pettersson e o fisioterapeuta Ronaldo Aguiar. Todas as delegações participaram com poucas pessoas, em razão dos protocolos de prevenção contra a covid-19.

Ninho do Pássaro realiza a cerimônia de encerramento dos Jogos de Pequim, e China passa bastão para Itália, país que sediará a próxima Olimpíada em Inverno em Milão e Cortina D'Ampezzo. Foto: Susana Vera/Reuters

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A lista de feitos importantes do Brasil pode começar pelo porta-bandeiras. Aos 19 anos, Manex Silva foi o primeiro representante do país a completar quatro provas em uma mesma edição dos Jogos de Inverno, após participar das disputas de esquiatlo, sprint, 50 km e 15 km.

Manex é um dos atletas que geram expectativa para 2026, quando os Jogos serão disputados em Milão e Cortina D’Ampezzo, na Itália. O grupo de jovens promissores ainda tem nomes como Eduarda Ribera, de 17 anos, Sabrina Cass, de 19, e Michel Macedo, de 23. Cass teve o melhor desempenho sul-americano da história na prova de moguls.

“Saímos daqui com a sensação de dever cumprido. Realmente, é um investimento pro futuro. Os atletas de menos de 20 anos ainda não atingiram o seu ápice e vão estar melhor ainda em Milão-Cortina 2026. Fazer um atleta de alto nível é um trabalho de formiguinha e acredito que o COB e as Confederações de Gelo e Neve estão investindo da maneira certas nos atletas que merecem”, analisou Anders Pettersson, chefe da Missão Pequim 2022.

Com a 13ª colocação na final do skeleton, Nicole Silveira fica atrás apenas de Isabel Clark, nono lugar no snowboard, em 2006. Foto: Alexandre Castello Branco/COB

Quando o assunto é rendimento, a grande estrela brasileira em Pequim foi Nicole Silveira, que terminou a prova de skeleton em 13º e se tornou a melhor latino-americana da história da modalidade em Jogos Olímpicos. Além disso, foi a segunda melhor colocação entre atletas do Brasil, atrás apenas do nono lugar de Isabel Clark no snowboard, em 2006, e a melhor do país em esportes no gelo. 

Outra pessoa que viveu momentos especiais em Pequim foi a esquiadora Jaqueline Mourão, que também acumula participações no ciclismo MTB dos Jogos de Verão. Na soma dos dois tipos de olimpíada, ela chegou à sua oitava edição olímpica, superando nomes como a jogadora de futebol Formiga, o velejador Robert Scheidt e o cavaleiro Rodrigo Pessoa. 

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Poucas horas antes da cerimônia de encerramento, o Brasil celebrou outra marca expressiva. O time de bobsled 4-man conseguiu disputar a descida final pela primeira vez em cinco participações nos Jogos e fez história ao terminar em 20º, melhor resultado brasileiro na história da disputa masculina da modalidade

Equipe brasileira de Bobsled-4-man masculina chegou à final e ficou em 20º lugar, a melhor posição alcançada pelo País na modalidade. Foto: Edgar Su/Reuters

Até então, o posto mais alto alcançado era o 23º de 2018, na edição passada, em Pyeongchang. Na ocasião, a equipe era formada por Edson Bindilatti, Edson Martins, Odirlei Pessoni e Rafael Souza. Na edição atual, a única mudança foi a ausência de Pessoni, que morreu em um acidente de moto no ano passado e foi lembrado pelos companheiros neste domingo. O substituto dele é Erick Vianna, e a equipe também conta com Jefferson Sabino como reserva.

DESPEDIDA

O país que mais celebrou durante a disputa dos Jogos de Pequim foi a Noruega, líder do quadro de medalhas com 16 ouros, oito pratas e 13 bronzes. Por isso, a delegação norueguesa foi a primeira a desfilar na cerimônia de encerramento, seguida pelas outras. Alemanha e China ficaram em segundo e terceiro lugar, respectivamente.

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Na sequência, foram feitas as últimas premiações. Em mais um momento de destaque para a Noruega, Therese Johaug recebeu sua terceira medalha de ouro após ser campeã dos 30 km do esqui cross-country. A prata foi colocada no pescoço da norte-americana Jessie Diggins e o bronze ficou com a finlandesa Kerttu Niskanen.

Após alguns atos e homenagens, imagens divulgando a próxima edição do evento tomaram os telões do Ninho do Pássaro e autoridades realizaram seus discursos. Na parte final, as luzes foram apagadas e anéis olímpicos foram erguidos enquanto um coral de crianças cantava, antes de um show de fogos de artifício encerrar os Jogos.

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