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Calor é obstáculo para velejadores no Mundial de RS:X, em Omã

Bimba e Patricia Freitas falam sobre a competição que começa nesta segunda e vale como seletiva olímpica para muitos países

Por Paulo Favero
Atualização:

Forte calor, umidade e regatas começando ao meio-dia. O Mundial de RS:X tem sua largada nesta segunda-feira, às 5h (horário de Brasília), em Omã, com a presença de três brasileiros e um clima complicado para os velejadores europeus. Para Ricardo Winicki, o Bimba, os atletas do País poderão tirar alguma vantagem disso. “Todo mundo está bastante preocupado com o intenso calor, mas espero que seja uma vantagem para nós brasileiros. Para ser sincero, até para gente está difícil, pois suamos muito, ficamos desidratados e as regatas estão marcadas para o meio-dia. Vamos ter algumas reuniões com os organizadores para ver isso”, conta. Além dele, participam da disputa Bruna Martinelli e Patricia Freitas, que estará com Bimba também como representante do Brasil na Olimpíada do Rio, no próximo ano. “O mais difícil é aguentar o calor e a umidade quase sufocantes. Mas isso é uma questão de adaptação”, explica Patricia, que tem como objetivo ficar entre as cinco mais bem colocadas. “Sei que é uma missão complicada, mas vou tentar. Se alcançar a final com a dez melhores também será bom”, diz.

A velejadora Patricia Freitas encontra um camelo após seu treinamento em Omã, onde vai disputar o Mundial de RS:X, classe olímpica da vela Foto: Arquivo pessoal

Ela e Bimba treinaram em Búzios, no Rio de Janeiro, antes de ir para Omã, na Península Arábica. Os dois já têm a vaga olímpica assegurada, mas para outros atletas o Mundial vale como seletiva nacional ou até para carimbar a vaga para o país. “O nível deste campeonato está altíssimo. O nível de estresse da flotilha será super alto, já deu para sentir isso nos treinos”, explica Patricia. Para Bimba, os brasileiros podem se aproveitar dessa ansiedade dos rivais. “É o campeonato mais importante do ano, todo mundo está bem preparado, os outros países estão em seletivas olímpicas e isso pode deixar alguns atletas mais nervosos. Nós não temos tanta obrigação pelo fato de já ter a vaga olímpica. Isso tira um peso e deixa a gente mais focado para competir bem.” O velejador conta que as expectativas são boas, pois eles fizeram um bom trabalho em Búzios. Patricia esteve junto, e antes treinou com a equipe mexicana no Rio. Segundo Bimba, o treinamento está dando certo na temporada. “Venho de um ano bastante intenso de competições, quando obtive bons resultados. Fiquei em sétimo no evento-teste no Rio e ganhei o ouro no Pan de Toronto, todos campeonatos com ventos fracos”, lembra. Tanto Bimba quanto Patricia concordam que a competição em Omã não terá ventos fortes. Nos treinos na raia, eles têm constatado ventos fracos e médio, um tipo de condição que todo velejador costuma andar bem. O que pode fazer a diferença é a ondulação na raia, que aparece mesmo quando o vento está fraco. “É uma condição parecida com Búzios e gosto disso”, avisa Bimba. As regatas serão disputadas até sábado na Cidade Esportiva de Al-Mussanah, construída em 2010 para receber a segunda edição dos Jogos Asiáticos de Praia. Ela faz parte de um complexo hoteleiro e fica a 100 quilômetros de Mascate, a capital do país. Segundo Bimba, os brasileiros têm condições de fazer um bom papel. “Na maioria dos treinos tenho andado bem. Consegui escolher o material que quero competir e estou confiante”, conclui o velejador, que sonha repetir a façanha de 2007, quando conquistou o título mundial na competição realizada em Portugal.

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