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Calor e umidade são aliados de Henrique Avancini na busca por medalha

Clima quente de Izu semelhante à Mata Atlântica pode favorecer o brasileiro nos Jogos Olímpicos

Por Paulo Favero e Enviado especial a Tóquio
Atualização:

Henrique Avancini vai tentar um feito inédito nesta segunda-feira, 26, a partir das 3h (horário de Brasília), nos Jogos de Tóquio: tentar a primeira medalha da modalidade para o Brasil numa Olimpíada. A tarefa não é das mais simples, diante da qualidade de seus adversários, mas ele tem um trunfo que pode ajudar: o calor e a umidade no local de competição.

"O clima é razoavelmente quente, é calor. O grande ponto pareável é a umidade, mexe com seu corpo de outra forma. Muda as condições de solo, de transpiração. Sou da região serrana fluminense, nascido e criado na Mata Atlântica. Então estou acostumado a esse tipo de ambiente e muitos adversários devem sofrer com isso", explica.

Henrique Avancini se preparoupara a disputa dos Jogos de Tóquio em região de Mata Atlântica no estado do Rio de Janeiro Foto: Fábio Piva/Divulgação

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A prova de mountain bike será disputada em Izu, distante pouco mais de 100 quilômetros da capital japonesa. "Izu foi o lugar mais longe de casa que já fui, mas mais parecido. O que não significa que seja simples, não posso me sentir confortável. Fiz uma viagem longa ao Japão em 2019, passei duas semanas, conhecendo percurso, o clima é peculiar, e competi na pista durante o evento-teste. Tirei boas informações", afirma.

Avancini aproveitou essa experiência na pista de Izu para fazer uma bem semelhante em Petrópolis, onde mora. Construiu com os mesmos graus de dificuldade, declividades e ângulos parecidos, e começou a se preparar para os Jogos de Tóquio. Como o clima é parecido, acha que isso pode ser um trunfo que ajude no seu sonho olímpico.

Na reta final de preparação, ele disputou duas etapas da Copa do Mundo de Mountain Bike na Europa e não foi tão bem quanto imaginava. Alguns atletas estavam em um nível melhor, então ele optou por mudar o planejamento e voltou para o Brasil, a fim de se preparar melhor para a competição olímpica.

"A modalidade sempre se renova. A experiência costuma fazer a diferença, mas nos últimos dois anos o ranking mundial deu uma rejuvenescida no top 10. Hoje vemos pódios repletos de atletas de 20 anos, o que é atípico. Vamos ver até quando esse padrão vai se tornar algo constante. A modalidade tem envolvimento da indústria, então o atleta precisa estar abraçado nesse processo de competição", explica.

O ciclista costuma ter momentos mais reservados em sua preparação, pois é a forma que se concentra para eventos importantes. O fato de estar em Izu, longe do agito de Tóquio, pode ser benéfico para ele. "Eu faço parte de uma modalidade grande, que costuma ter bastante público na Europa, mas nos Jogos o clima de Vila é gostoso, mas não é o que me atrai", diz.

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"Gosto do processo do que foi trabalhado até culminar numa prova de um dia. Isso que eu enxergo de beleza quando chego aos Jogos Olímpicos. No Rio nem fiz muita questão de circular muito, não é o que mais me conecta ao esporte. Sempre agrega experiência e vivência, mas acredito que o esporte vai além disso", conclui.

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