Campeã jamaicana clama por paz em seu país

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Por Redação
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A campeã dos 400 metros com barreiras, Malaine Walker, cresceu em um dos mais violentos lugares da Jamaica, onde frequentemente enfrentava os obstáculos da violência e tiroteios em seu caminho para a escola. Ao ganhar a medalha de ouro em Pequim, Walker colocou a recém-adquirida fama a serviço de um apelo por paz em sua vizinhança e em toda a ilha caribenha. "Gostaria que o povo da minha região abandonasse as armas e parasse com os crimes", disse Walker em uma entrevista na TV. "Gostaria de pedir às pessoas da Jamaica, particularmente àquelas da avenida Maxfield, para acabar com o crime. Sou daquela área e houve uma época em que era bom viver lá." "Sei que se a gente conseguir controlar o crime, podemos voltar a àquele tempo", disse Walker. O apelo pungente de Walker em Pequim destaca a crescente reputação de seu país como produtor de bons velocistas e a mancha da criminalidade que seus compatriotas costumam apontar como sua preocupação número um. A magnífica e montanhosa ilha caribenha há muito tempo desperta uma fascinação mística -- terra natal do reggae e de seu ícone Bob Marley, com uma farta produção de maconha, praias de nudismo e o mundialmente famoso café Blue Mountain. Mas essa imagem, e sua indústria turística, têm sido profundamente afetada por atividades criminosas entrincheiradas nos guetos da capital e por uma das mais altas taxas de homicídios do mundo, alimentada por grupos de traficantes. Com 2,7 milhões de habitantes, a Jamaica teve mais de 1.500 homicídios no ano passado. Neste ano a polícia já registrou 986 assassinatos, menos que os 1.002 no mesmo período do ano passado. "Precisamos parar com a violência e nos unir", disse a residente de Maxfield Myrtle Williams. "Nunca tinha ouvido falar em Melanie Walker e olhe o que ela já está fazendo por nossa área."

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