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CBVela traça meta e faz planejamento para o Mundial na Dinamarca

Torben Grael projeta boa campanha em Aarhus e espera que o Brasil obtenha o maior número possível de vagas olímpicas

Por Paulo Favero
Atualização:

A vela brasileira terá um ano muito importante em 2018. A maioria das vagas olímpicas para os Jogos de Tóquio será designada no Mundial de Aarhus, na Dinamarca, que começa no final de julho, e por isso o planejamento está sendo feito para que o Brasil consiga garantir o maior número de classes antecipadamente.

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“A gente tem o Mundial em Aarhus, com todas as classes olímpicas juntas, como fazemos aqui na Copa Brasil de Vela. Esse evento é o principal de classificação para os Jogos Olímpicos”, explica Torben Grael, coordenador técnico da equipe brasileira de vela e dono de cinco medalhas olímpicas.

Copa Brasil de Vela, em Ilhabela Foto: Nilton Fukuda/Estadão

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Ele está em Ilhabela, no litoral norte paulista, onde dezenas de atletas participam da Copa Brasil de Vela, que serve de seletiva para a formação da seleção nacional nas classes que estão em disputa: Laser, RS:X, Laser Radial, Finn, 470 e 49er.

“No Mundial, em algumas classes vamos com chance de disputar o título, caso do Finn, da prancha à vela feminina e da 470 feminina. Essas classes a gente já sabe que temos um nível bastante legal, mas o maior objetivo em Aarhus é classificar o País para os Jogos de Tóquio no maior número possível de classes. Não é a última chance, mas a maioria das vagas é definida neste campeonato. Depois temos competições regionais e o restante das vagas no Mundial de 2019”, continua Torben.

Desde já, a CBVela (Confederação Brasileira de Vela) está traçando o planejamento de todo o ciclo olímpico, que inclui suporte aos atletas e apoio logístico para as competições. Muitos atletas costumam ter uma embarcação na Europa e outra no Brasil, pois o transporte é caro e complicado. Como a Olimpíada será em Tóquio, a ideia é ter barcos também na Ásia para treinamento.

Torben Grael Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Mas antes de pensar no Japão, Torben quer que a equipe brasileira faça um bom papel no Mundial na Dinamarca. “Eu não velejei em Aarhus, mas sei que é uma raia bem parecida com a de Kiel, onde velejei bastante. Por esse motivo, várias equipes nossas vão velejar na semana de Kiel, antes de Aarhus”, comenta.

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Experiente, o velejador conhece bem as características locais. “É um lugar frio, com pouca onda, pouca correnteza e muito influenciado pelas nuvens. Elas trazem chuva, aí aumenta a intensidade do vento de acordo com a posição das nuvens, então é muito dependente dessas condições, dos temporais. Apesar de ser verão, é um verão europeu, bem diferente do nosso”, diz Torben.

Ele comenta que o último ciclo olímpico foi bem diferente e não pode servir de base, pois agora os recursos são menores. E brinca que a realidade atual é bem distinta de quando ele competia nos Jogos Olímpicos e lutava por pódios – Torben tem duas medalhas de ouro, uma de prata e duas de bronze.

“As pessoas da minha geração faziam tudo sozinhas, e a ajuda da confederação e do próprio COB era muito limitada. A gente acabou se virando sozinho, a maior parte das coisas, como patrocínio, equipamento e viagem, a gente que fazia. Inclusive o planejamento, a logística. Hoje é bastante diferente. Os atletas de alto nível têm treinador, apoio de logística com equipamento, e a gente ajuda em tudo que é possível.”

Atletas de kitesurfe na Copa Brasil de Vela, em Ilhabela Foto: Nilton Fukuda/Estadão

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Por isso, ele explica que, com o apoio, os atletas podem dedicar muito mais tempo à preparação, que é em um nível mais intenso do que era com as gerações anteriores. “Eles fazem mais competições, mais treinos, é muita dedicação, então é importante esse apoio da CBVela e do COB para eles neste momento”, comenta.

Enquanto pensa no planejamento para o Mundial, Torben aproveita para ver de perto a nova geração em atuação na Copa Brasil de Vela. “Esse evento é super importante para inspirar a garotada. Há troca de experiência e por esse motivo temos também a vela jovem, para atrair os jovens para a vela olímpica. Eles têm contato com seus ídolos e pessoas que podem inspirá-los a chegar aos Jogos. É bom para trocar experiência e aprender com as pessoas que já passaram por isso.”

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