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China diz não ter propósito relacionar Olimpíadas com Darfur

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Por Redação
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Ativistas que relacionam as atrocidades ocorridas na região de Darfur (Sudão) com as Olimpíadas de Pequim estão sendo "irracionais, irresponsáveis e injustos", afirmou a China um dia depois da realização de protestos por celebridades. "Já que a questão de Darfur não é uma questão interna da China e nem uma questão provocada pela China, é completamente irracional, irresponsável e injusto que certas organizações e indivíduos relacionem as duas coisas", afirmou em um comunicado a Embaixada da China em Washington, na terça-feira à noite. O comunicado apareceu depois de um protesto comandado por vencedores do Prêmio Nobel da Paz que participam da Coalizão Salvem Darfur e após o diretor de cinema Steven Spielberg haver renunciado ao cargo de assessor artístico para as Olimpíadas de 2008 devido à política da China em relação a Darfur. O governo chinês é o maior comprador de petróleo e o maior fornecedor de armas do Sudão e vem sendo acusado de dar apoio diplomático à liderança sudanesa ao minar as manobras realizadas pela comunidade internacional para enviar forças de paz capazes de sufocar o conflito existente em Darfur (oeste do Sudão). Wang Baodong, porta-voz da embaixada chinesa, disse que a tentativa de relacionar o conflito em Darfur com as Olimpíadas "infringe o princípio reconhecido internacionalmente de não politização dos esportes e vai de encontro ao espírito olímpico." A China vem desempenhando um papel construtivo nos esforços diplomáticos realizados para resolver o conflito em Darfur, afirmou a embaixada. "Esperamos realmente que as partes envolvidas respeitem os fatos e que façam um julgamento justo e objetivo a respeito do papel positivo desempenhado pela China na questão de Darfur", afirmou Wang em um comunicado, que não se referiu explicitamente à decisão tomada por Spielberg. Nove vencedores do Nobel da Paz -- entre os quais o arcebispo Desmond Tutu, Elie Wiesel e Jody Williams -- assinaram uma carta enviada ao presidente chinês, Hu Jintao, na terça-feira pedindo que a China respeite os ideais olímpicos pressionando o Sudão a impedir as atrocidades cometidas em Darfur. Também assinaram a carta políticos, medalhistas olímpicos e famosos em geral dos EUA. O texto foi entregue a embaixadas e missões chinesas como parte dos eventos realizados nos EUA e na Europa a fim de lembrar que faltam seis meses para as Olimpíadas deste ano -- que acontecem entre os dias 8 e 24 de agosto. Nos mais de quatro anos de conflitos violentos em Darfur, 200 mil pessoas morreram e 2,5 milhões fugiram de suas casas, segundo estimativas de especialistas. O governo sudanês diz que 9.000 pessoas morreram.

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