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China estabelece áreas para protestos durante Olimpíada

Por LINDSAY BECK
Atualização:

A China designou áreas em três parques de Pequim onde poderão ocorrer manifestações durante a Olimpíada, disse uma autoridade na quarta-feira, repetindo o procedimento já adotado em outras edições dos Jogos. O estatuto olímpico proíbe "propaganda política, religiosa ou racial" nas instalações olímpicas, e é uma surpresa que a China destine áreas para isso, já que o governo habitualmente vê protestos públicos como uma ameaça à sua estabilidade. "A lei chinesa protege o direito jurídico de as pessoas realizarem demonstrações e passeatas dentro da lei", disse Liu Shaowu, diretor de segurança do Comitê Organizador, em entrevista coletiva. Os "protestódromos" ficam nos bairros de Fengtai, Haidian e Chaoyang, em áreas afastadas umas das outras. Provavelmente atrairão ativistas ligados a causas como o Tibete, Darfur, direitos humanos e liberdade de expressão. Liu disse que os manifestantes precisarão de autorização prévia para suas atividades, mas não ficou claro se a polícia autorizaria alguma passeata fora dos parques indicados. "Se a manifestação for legalmente solicitada e for aprovada, a polícia chinesa pode, segundo a lei, proteger os direitos dos cidadãos", disse Liu, que evitou comentar se há restrições a determinadas causas ou se alguém já se inscreveu para protestar. Ele acrescentou que caberá à prefeitura e à polícia tratar desse assunto. Mas ele também afirmou que preservar a segurança e a "ordem social" serão prioridade na época da Olimpíada, de 8 a 24 de agosto. "Durante o período dos Jogos Olímpicos, temos de salvaguardar o tráfego fluido, o meio ambiente e a ordem na área de cada competição", afirmou. Durante a passagem da tocha olímpica por vários países a caminho de Pequim, houve repressão policial a manifestantes que tentaram chamar a atenção para várias questões, especialmente a do Tibete, onde em março ocorreram violentos protestos contra o domínio chinês.

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