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China quer 'segurança absoluta' no Tibete durante Olimpíada

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Por CHRIS BUCKLEY
Atualização:

Os policiais chineses responsáveis pela guarda do Tibete foram mobilizados de forma a garantir um ambiente de "segurança absoluta" na região durante os Jogos Olímpicos e tentam agora obter maior apoio internacional, afirmou nesta quarta-feira um jornal oficial. A China diz que seguidores do Dalai Lama, líder espiritual do Tibete atualmente exilado, alimentou os distúrbios e protestos ocorridos em toda a região montanhosa em março, em meio a esforços para prejudicar a Olimpíada, que devem começar no dia 8 de agosto. O Dalai Lama rebateu as acusações, mas, desde aquela onda de instabilidade, as forças de segurança presentes no Tibete e nas Províncias vizinhas realizaram várias operações para acabar com eventuais focos de resistência ao domínio chinês. O jornal Tibet Daily anunciou a adoção de esquemas de segurança ainda mais rígidos durante os Jogos, período no qual qualquer demonstração feita por grupos pró-independência do Tibete deixaria o governo chinês em maus lençóis diante da comunidade internacional. A fim de garantir um ambiente de "segurança absoluta sem falha nenhuma" a polícia duplicará o número de guardas estacionados em prédios grandes, reforçará os esquemas de controle da fronteira e tentará ampliar os esforços internacionais para minar os ativistas anti-China, disse uma reportagem divulgada pelo site oficial www.chinatibetnews.com. O texto sugeriu que a China tentaria obter a cooperação de outros países, com destaque para os localizados perto do Tibete. Eles tentarão "intensificar e melhorar as formas de cooperação no policiamento internacional e ampliar a região e o âmbito da cooperação policial, esmagando de uma vez por todas as atividades separatistas do grupo do Dalai Lama", disse a reportagem. A China vem pressionando a Índia e o Nepal, onde moram muitos milhares de tibetanos exilados, a intensificar o combate aos grupos que defendem a independência do Tibete. As autoridades chinesas afirmam que grupos "terroristas" que lutam pela independência do Tibete e de Xinjiang (uma área majoritariamente muçulmana) são as maiores ameaças aos Jogos. Um contingente adicional de milhares de integrantes da Polícia Armada do Povo foi estacionado ao redor de Pequim. E o jornal da entidade publicou um alerta contundente a respeito das ameaças com que se deparam as Olimpíadas. Segundo a publicação, "forças hostis" e terroristas visitaram Pequim várias vezes a fim de escolher alvos. Não foram divulgados maiores detalhes. "Sem exceção, eles estão afiando suas espadas e estão ávidos para entrar em ação", afirmou o jornal a respeito de grupos tibetanos, uigures (de Xinjiang) e outros. Ativistas do Tibet e de Xinjiang, além de grupos de defesa dos direitos humanos, afirmam que o governo chinês exagera as ameaças a fim de reprimir manifestações pacíficas e que não permitiu que fontes independentes avaliassem as alegações. "Nós estamos preocupados com a possibilidade de a falta de acesso de fontes independentes a áreas como o Tibet e Xinjiang tornar mais fácil para o governo exagerar uma suposta ameaça terrorista," afirmou Phelim Kine, do Human Rights Watch. (Reportagem de Chris Buckley)

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