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COI define regras para protestos políticos de atletas em Tóquio-2020

Em termos gerais, entidade passa a proibir qualquer manifestação política durante as disputas esportivas e também nas cerimônias de premiação

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Por Redação
Atualização:

O Comitê Olímpico Internacional (COI) divulgou nesta quinta-feira um guia para definir as regras para eventuais protestos políticos de atletas durante os Jogos Olímpicos de Tóquio, em julho. Em termos gerais, o COI passa a proibir qualquer manifestação política durante as disputas esportivas e também nas cerimônias de premiação.

Gestos famosos como os dos norte-americanos Tommie Smith e John Carlos no pódio das Olímpicos do México, em 1968, ficam proibidos a partir de agora. E devem gerar punições disciplinares por parte do COI, assim como se ajoelhar no local da premiação, protesto comum nos esportes norte-americanos nos últimos anos.

John Carlos e Tommie Smith levantamo punho em sinal de protesto na Olimpíada do México-1968 Foto: AP

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No entanto, a entidade vai permitir que esportistas expressem opiniões de cunho político em entrevistas coletivas oficiais e também nas redes sociais. "Nós precisávamos de clareza nas regras. A maioria dos atletas sentia que é muito importante que respeitemos uns aos outros como atletas", disse Kirsty Coventry, chefe da Comissão dos Atletas do COI.

Apesar das regras que permitem a manifestação de opiniões políticas em entrevistas, por exemplo, o presidente do COI, Thomas Bach, deixou claro nesta quinta que qualquer manifestação do tipo será vista de forma negativa por parte da entidade. "A missão dos Jogos Olímpicos é unir e não dividir. Somos o único evento do mundo que coloca o mundo inteiro junto numa competição pacífica", declarou.

O COI também quer evitar constrangimentos como o que aconteceu no último Mundial de Esportes Aquáticos. Em Gwangju, na Coreia do Sul, no ano passado, nadadores australianos e britânicos se recusaram a bater foto na companhia do chinês Sun Yang no pódio em resposta às acusações de doping contra o atleta asiático.

Outra situação que geraria punições foi a que aconteceu na maratona masculina dos Jogos do Rio-2016. Na ocasião, o etíope Feyisa Lilesa fez um sinal com os braços para demonstrar seu apoio contra manifestantes do seu país, logo ao cruzar a linha de chegada. Ele foi medalhista de prata e não sofreu qualquer sanção pelo gesto.

Nos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, no ano passado, norte-americanos foi repreendidos por autoridades dos Estados Unidos por fazerem protesto no pódio. O esgrimista Race Imboden se ajoelhou e Gwen Berry, do lançamento de martelo, ergueu o punho. Ambos estão em período probatório por conta dos gestos.

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