Com bronze garantido, Robson Conceição ainda quer mais

Ainda falta decidir a cor da medalha

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Por Demetrio Vecchioli
2 min de leitura

O boxe está disposto a ser o carro-chefe de medalhas da delegação brasileira nos Jogos do Rio. Ontem, foi garantido o primeiro pódio na modalidade, com Robson Conceição, que avançou à semifinal da categoria leve (até 60g) ao vencer Hurshid Tojibaev, do Usbequistão, por decisão unânime dos árbitros. Como no boxe um atleta derrotado não volta ao ringue, dois bronzes são distribuídos e os semifinalistas garantem medalha.

A partir de agora, é brigar para que a medalha seja dourada. “Tenho certeza de que posso chegar muito longe. Domingo é partir para cima desse cubano para mudar a cor da medalha”, avisou Robson, que às 12h30 de amanhã encara o velho conhecido Lazaro Jorge Álvarez, cubano tricampeão mundial e ouro nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, no ano passado.

Robson Conceição quer se sagrar campeão olímpico antes de migrar para o boxe profissional Foto: AFP

Os dois já se enfrentaram na decisão do Mundial de 2013, quando o cubano levou a melhor, e na final do Campeonato Continental de 2015, quando quem ganhou foi o brasileiro.

Por resultados como esses, Robson chegou à Olimpíada do Rio como a principal aposta de medalha do boxe brasileiro. Aos 27 anos, o baiano está em sua terceira e última participação. Ele já avisou que vai migrar para o boxe profissional após o Rio-2016.

Diferentemente de outros boxeadores, Robson rejeitou a ideia de se profissionalizar antes de competir uma Olimpíada em casa e acabou premiado. Com uma medalha no peito, deverá começar sua escalada profissional já pulando alguns degraus.

Ele sabia como poucos que competir uma Olimpíada em casa faz diferença, principalmente no boxe, em que a avaliação subjetiva dos juízes tende a ser influenciada pela reação da torcida. Em 2008, em Pequim, Robson perdeu na estreia para Li Yang, da China. Quatro anos depois, em Londres, para o britânico Josh Taylor. Agora, é a vez de ser o dono da casa.

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“Agradeço o apoio da torcida, que está chegando junto, está torcendo, gritando. Dá essa energia positiva que está fazendo grande diferença”.

Hurshid Tojibaev, do Usbequistão, é o dono do cinturão APB, a liga semi-profissional da Associação Internacional de Boxe (AIBA). Mas Robson tomou a iniciativa, dominou o ringue e venceu o primeiro round no entender dos três juízes. O rival não conseguia encontrá-lo.

No segundo assalto, o usbeque foi mais agressivo, mas levou duros golpes no contra-ataque. A vitória também no segundo round, definida pelos árbitros, deixou o brasileiro com a medalha na mão. Só não poderia ser nocauteado. O baiano não quis saber de controlar o resultado. Castigou Tojibaev também no último round.

A campanha de Robson no Rio confirma a retomada do boxe amador brasileiro, que desde 2010 vem conquistando medalhas em Mundiais e Olimpíadas. Robson é mais um pupilo de Luiz Dórea, que esteve em seu córner no duelo desta tarde. O treinador trabalhou, entre outros, com o ex-campeão mundial Acelino ‘Popó’ Freitas, com o campeão mundial amador Everton Lopes, e com Adriana Araújo, bronze em Londres.