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Do lado de fora, turistas tiram fotos das instalações olímpicas

Por IAN RANSOM
Atualização:

Fora dos itinerários turísticos mais conhecidos da China, as exuberantes instalações dos Jogos Olímpicos de Pequim estão conseguindo rivalizar com atrações de peso como a Grande Muralha e a Cidade Proibida. Na sexta-feira, milhares de turistas chineses ficaram horas nas filas, debaixo de um sol forte, na esperança de comprar alguns dos últimos 820 mil ingressos colocados à venda. Mas um número ainda maior de turistas juntava-se nas grades que cercam a área das instalações olímpicas para posar para fotos diante dos maiores estádios. "Existem muitos prédios bonitos, mas acho que eu prefiro o Ninho de Pássaro", disse Wang Hui, um empresário da Província de Henan, diante do Estádio Nacional, que pode ser visto à distância, atrás de uma grade temporária. "Se eu conseguir voltar a Pequim durante os Jogos, vou vir aqui de novo para vê-lo mais uma vez", afirmou. Wang, como a maior parte dos turistas presentes naquela área, não tem ingresso para os Jogos e poucas esperanças de chegar perto das instalações olímpicas antes de os atletas das Paraolimpíadas saírem da cidade, no final de setembro. Mas a jovial fachada do Centro Aquático Nacional, conhecido como Cubo de Água, e o emaranhado de metal que cerca o Ninho de Pássaro atraem diariamente milhares de turistas interessados em bater fotos pelos buracos das cercas temporárias. Já no mês de fevereiro, as autoridades começaram a colocar policiais em uma alça de acesso localizada perto da Vila Olímpica para impedir milhares de veículos cheios de turistas de pararem ao lado da estrada para que seus passageiros pudessem tirar fotos do local. O mercado negro de fotógrafos e ambulantes de produtos olímpicos pirateados, que já foi um dia bem agitado, foi desmobilizado quase totalmente por um esquema de segurança reforçado. Os mais renitentes, no entanto, continuam a oferecer suas mercadorias, ainda que de forma menos indiscreta. "Antes, a gente conseguia faturar 300 yuans por dia", afirmou uma mulher vinda da Província de Henan e que oferecia bebidas e salgadinhos guardados dentro de uma sacola plástica. "Os negócios, porém, esfriaram nos últimos tempos. Agora passou a ter muitos policiais aqui, e eles estão agindo com rigor." Enquanto membros da polícia paramilitar vestidos com uniformes cáqui ocupavam impassíveis os postos de controle montados ao longo da cerca que envolve as instalações olímpicas, a maior ameaça de segurança amontoava-se algumas centenas de metros mais ao sul, onde dezenas de milhares de chineses frustrados faziam fila diante de cabines para tentar comprar os últimos ingressos. Alguns turistas afirmaram que, depois de verem as filas que se estendem por centenas de metros, desistiram de adquirir os ingressos. "Eu queria comprar um ingresso para as partidas de tênis de mesa, mas não consegui nenhum. Então, eu simplesmente vim aqui dar uma olhada", afirmou Huang Xiao, da Província de Jiangsu. Wu, um estudante de engenharia da Província de Guangdong, manifestou frustração e disse que também não havia conseguido adquirir nenhum dos 7 milhões de ingressos vendidos. E aproveitou a oportunidade para, em um raro momento de crítica, manifestar dúvidas sobre as obras realizadas de última hora perto do local dos eventos. "Alguns dos prédios desta área parecem ser um pouco frágeis. Eles já deveriam estar concluídos nesta altura. Faltando cerca de apenas dez dias para os Jogos, eles terão de acelerar o passo", afirmou.

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