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Pai de modelo diz que Pistorius destruiu sua família

'Oscar tem que pagar pelo que fez', diz Barry Steenkamp

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Por Redação
Atualização:

O pai de Reeva Steenkamp depôs nesta terça-feira em um tribunal de Pretória, na África do Sul, em uma das audiências para definição da sentença de Oscar Pistorius pelo assassinato da modelo. Com a voz muitas vezes embargada pela emoção, Barry Steenkamp disse que a morte da modelo "destruiu" a sua família, destacou que pensa nela constantemente, inclusive tentando imaginar o momento terrível da sua morte.

"Oscar tem que pagar pelo que fez", disse Steenkamp, acrescentando que ele gostaria de falar com o astro paralímpico em privado, posteriormente. "Ela devia estar com tanto medo, dor. Isso é o que eu penso o tempo todo".

Pistorius enfrenta problemas com a Justiça pela morte de sua namorada Foto: Siphiwe Sibeko|AFP

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Questionado pelo procurador Gerrie Nel, Steenkamp pediu para a juíza Thokozile Masipa permitir que as pessoas vejam as fotos da sua filha ferida, que foram usadas como evidências durante o julgamento de Pistorius, mas não possuem permissão para serem exibidas ao público em geral. Talvez, Steenkamp disse, as pessoas que estão "pensando nesse tipo de morte" hesitarão antes de cometer um ato tão violento se observarem as fotos.

Ele afirmou que a morte de sua filha, una modelo que foi baleada várias vezes em disparos direcionados para a porta do banheiro da residência de Pistorius, contribuiu para seus problemas cardíacos e de saúde, e que a sua esposa, June, também sofre muito, embora mantenha uma postura mais forte em público. "Eu a escuto à noite", disse Barry Steenkamp. "A escuto chorar, a escuto falando com Reeva". "Nos destruiu", disse, ao falar da morte da modelo.

Antes, um pastor e uma mulher que possui um filho que nasceu sem as pernas testemunharam em defesa de Pistorius - ela revelou que o paratleta deu ao garoto uma medalha de ouro.

O pastor Marius Nel disse que esteve em contato com escolas que desejam contar com o atleta para ajudar crianças com problemas em seus treinamentos esportivos. O pastor também disse que visitou Pistorius depois que fora preso no seu primeiro julgamento e declarou que o havia visto como um homem "destruído".

Esse depoimento está alinhado com o argumento do advogado de defesa, Barry Roux, de que Pistorius não deve ficar preso porque pode dar uma contribuição valiosa para a sociedade e sofreria um crescente deterioramento mental se voltasse à cadeia.

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Uma enfermeira da prisão em que Pistorius esteve detido testemunhou a favor da procuradoria sobre supostas problemas com o atleta paralímpico na cadeia. Sobre um dos episódios, Charlotte Mashabane afirmou que o astro ficou muito irritado porque as autoridades realizaram uma inspeção de rotina em sua cela enquanto ele dormia.

Os advogados de Pistorius tentam conseguir uma punição menor da juíza do caso. A África do Sul tem uma pena mínima de 15 anos de prisão para assassinato, mas ela pode ser reduzida em algumas circunstâncias. A audiência de condenação está marcada para a próxima sexta-feira.

Pistorius foi inicialmente condenado a cinco anos de prisão em 2014, tendo cumprido um ano antes de ser transferido para prisão domiciliar, por assassinato culposo, quando não há intenção de matar, de Reeva em 2013. Esta decisão foi revogada no ano passado pelo Supremo Tribunal da África do Sul, que condenou Pistorius por homicídio doloso. A juíza Thokozile Masipa, que inicialmente absolveu o paratleta da responsabilidade pelo assassinato, está presidindo a audiência de sentença.