Escalada da tocha ao Everest tem grande simbolismo para China

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Por NICK MULVENNEY
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Levar a tocha olímpica ao pico do Monte Everest era um projeto para ser comemorado antes dos Jogos de Pequim, mas os protestos sobre o Tibete transformaram o projeto ainda mais importante para a China. O plano ambicioso de levar a chama ao topo da montanha mais alta do mundo foi apresentado como parte da proposta chinesa sete anos atrás de realizar os Jogos, que acontecem em agosto. Depois, a chama foi vista como símbolo da união, harmonia e prestígio nacional chinês. Mas os incidentes de violência no Tibete e nas regiões vizinhas em março, seguidos por uma onda de protestos durante a passagem da tocha olímpica por várias cidades do mundo, reforçaram a importância para Pequim reivindicar sua soberania sobre a região. "Há muita publicidade sobre a cooperação entre o povo chinês e a população tibetana na escalada do Monte Everest, como sinal de solidariedade, cooperação, amizade...", disse Joseph Cheng, professor de ciência política da Universidade da Cidade de Hong Kong. "Claro que certamente simboliza o controle da China sobre o Tibete, que o Tibete faz parte da China. Isso tem esses dois sentidos, tornando essa tentativa (de levar a tocha) ainda mais importante", acrescentou o professor. Mas esse simbolismo pode ser desconfortável para alguns, especialmente os que defendem uma liberdade maior para a região, após os conflitos deste ano no Tibet "O governo chinês está determinado a levar a tocha ao topo do Monte Everest pelo lado tibetano em uma complicada tentativa de legitimar sua reivindicação sem base sobre a soberania no Tibete", diz em seu site a ONG Campanha pela Liberdade do Tibete. Uma equipe de 31 escaladores chineses estava pronta na montanha mais alta do mundo, nesta quarta-feira, preparando para o ataque final ao cume do Everest, a 8.848 metros de altura. A montanha é a fronteira entre o Tibete e o Nepal.

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