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Espanha vence Austrália por um ponto e fatura bronze no basquete masculino

Espanhóis decidem nos últimos segundos e triunfam por 89 a 88

Por Gabriel Melloni
Atualização:

A seleção espanhola masculina de basquete mostrou mais uma vez por que é uma das melhores do mundo e faturou sua terceira medalha olímpica consecutiva. Prata em Pequim-2008 e Londres-2012, o país desta vez teve que se contentar com o bronze no Rio, que veio com o emocionante triunfo por 89 a 88 sobre a Austrália neste domingo, na Arena Carioca 1, em confronto decidido nos últimos segundos

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Depois de um péssimo início de caminhada, com direito a derrota para o Brasil, os espanhóis se recuperaram ao longo da competição. Só que o confronto prematuro com os Estados Unidos, na semifinal, impediu que o país chegasse a mais uma decisão dos Jogos. Ainda assim, o bronze é um prêmio para uma geração de nomes de peso, como Pau Gasol, Juan-Carlos Navarro, Sergio Rodríguez e Rudy Fernández.

Para a Austrália, era a chance de conquistar a primeira medalha olímpica na modalidade, que escorreu pelos dedos em um emocionante final de partida neste domingo, influenciado também por uma decisão discutível da arbitragem. De qualquer forma, os australianos surpreenderam no Rio e, embalados por ótimas atuações de Patty Mills, deixam os Jogos com uma honrosa quarta colocação.

Espanhóis comemoram medalha de bronze conquistada sobre a Austrália Foto: Emmanuel Dunand/AFP

O JOGO - A Espanha só teve facilidade no princípio da partida, quando ganhou a batalha no garrafão, segurando o principal trunfo australiano, e viu Pau Gasol e Nikola Mirotic dominarem as ações embaixo da cesta - terminaram o primeiro período com oito pontos cada. Parecia que tudo ficaria mais fácil quando Andrew Bogut, principal pivô da Austrália, precisou deixar o jogo com problema de faltas. Mas aí apareceu um destaque improvável.

O veterano David Andersen, de 36 anos, entrou na vaga de Bogut e mudou o jogo. Não só melhorou a marcação sobre os destaques espanhóis, como fez sua seleção ganhar uma arma a mais no ataque. A Austrália imediatamente voltou para o jogo, equilibrou o confronto e foi para o intervalo somente dois pontos atrás.

Mas foi apenas no terceiro quarto que os australianos passaram à frente. Muito em função de uma atuação espetacular de Patty Mills. Muito mais veloz que os armadores espanhóis, o jogador do San Antonio Spurs abusou das infiltrações. Quando os pivôs adversários saiam na sua marcação para fazer a cobertura, encontrava Andersen embaixo da cesta para cestas fáceis.

A Espanha não conseguiu em nenhum momento encontrar respostas para este jogo, só que no ataque, tinha Pau Gasol. O veterano, agora no San Antonio Spurs, abusava dos arremessos de meia distância e dos rebotes ofensivos. Quando não era ele quem definia, Mirotic e Sergio Rodríguez aproveitavam a atenção que o pivô chamava para conseguir arremessos livres perto do garrafão.

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O jogo seguiu assim até os segundos finais, com ambas as defesas encontrando muita dificuldade em parar os ataques adversários. Nos últimos lances, Mills, do lado australiano, e Gasol, pela Espanha, concentravam o ataque. Até que a cinco segundos para o fim, com a Austrália um ponto na frente, a arbitragem viu uma falta discutível em Sergio Rodríguez, que converteu os dois arremessos livres. Na reposição, o time australiano se atrapalhou e o cronômetro zerou sem sequer uma nova oportunidade de arremesso.

Prêmio para uma seleção que conta com um dos melhores jogadores do mundo em torneios internacionais. Mesmo aos 36 anos, Gasol mostrou ao longo da Olimpíada toda sua qualidade e terminou com 31 pontos neste domingo, auxiliado pelos 14 de Mirotic e 11 de Rodríguez. O cestinha da Austrália foi Patty Mills, outro destaque destes Jogos, com 30 pontos. David Andersen marcou 15.

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