O abalo psicológico da seleção brasileira na última Copa do Mundo chamou a atenção para a importância da preparação mental dos esportistas de alto rendimento nos grandes eventos. E a Olimpíada do Rio será uma nova chance para os atletas da casa mostrarem equilíbrio emocional. O Comitê Olímpico do Brasil reconhece que esse aspecto é preponderante para o bom desempenho nos Jogos e tem oferecido instrumentos para contribuir com o desenvolvimento dos competidores.
“Montamos um conselho de treinadores, coordenadores e atletas de referência com o objetivo de compartilhar e multiplicar experiências com vistas ao bom desempenho do Time Brasil em 2016”, afirma Jorge Bichara, gerente-geral de Performance Esportiva do COB.
Apesar da ênfase nos Jogos do Rio, ele explica que o trabalho de preparação mental vem sendo realizado ao longo dos últimos anos. “Em Londres-2012, trabalhamos com sete psicólogos dentro da delegação e, nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, foram 11. Não é mais uma ação pontual”, diz.
O foco agora é potencializar as vantagens de competir em casa, lembrando que os atletas terão o apoio da torcida, a presença dos familiares, conhecimento prévio dos locais de competição e do clima brasileiro.
Aline Silva, da luta olímpica, revela que não se consulta com a psicóloga do seu clube regularmente, mas lê livros sobre o assunto e faz uso de técnicas de respiração. “Quando sinto que ainda não entrei no clima da competição, respiro de forma rápida para acelerar um pouco o batimento cardíaco. Quando estou muito nervosa, respiro fundo e solto devagar, pois isso ajuda a acalmar”, conta.
No entanto, a lutadora acredita que a experiência em competições será a sua maior aliada nos Jogos Olímpicos. Com o tempo, ela aprendeu a lidar com o estresse e encarar a disputa com mais naturalidade. Para Aline, a chance de conquistar uma medalha olímpica no Rio é estimulante. “Me sinto muito bem lutando em casa, sempre me supero. O fato de ter os amigos e a família por perto sempre é muito positivo, me sinto mais forte.”