Garotos presos em caverna batem bola com brasileiros nos Jogos da Juventude

'Javalis Selvagens' ganham presentes do Comitê Olímpico Brasileiro

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Por Paulo Favero
Atualização:

Os 12 garotos do time Javalis Selvagens, da Tailândia, que ficaram conhecidos mundialmente após ficarem presos duas semanas em uma caverna, tiveram um encontro especial com os jogadores do time brasileiro de futsal, que inicia sua disputa nos Jogos Olímpicos da Juventude nesta segunda-feira, contra a Rússia.

Na zona internacional da Vila dos Atletas, eles bateram bola com os brasileiros e ganharam presentes do Comitê Olímpico do Brasil (COB). "Eles servem de inspiração para todos nós. Eles são exemplo de perseverança e luta pela vida. Isso faz a diferença para qualquer pessoa nesse mundo. Vivenciar isso pelo esporte é uma das coisas mais importantes e gratificantes para a gente", disse Sebastian Pereira, chefe de missão do Time Brasil.

Javalis Selvagens e jogadores brasileiros de futsal posam após uma rápida partida de futebol amistosa em Buenos Aires, durante Jogos Olímpicos da Juventude Foto: Paulo Favero / Estadão

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O encontro foi marcado pela alegria dos brasileiros ao encontrar os meninos tailandeses. Em um primeiro momento, cada equipe ficou de um lado e o goleiro Mateus Barbosa serviu de anfitrião. Uma tradutora também ajudou o grupo dos Javalis Selvagens a entender o que o brasileiro falava. Eles foram presenteados com uma mascote de pelúcia do Time Brasil, a onça-pintada Ginga, e depois bateram bola com os brasileiros.

"Essa inspiração terá de ser traduzida para eles. A gente vai fazer um vídeo para falar sobre a Rússia e vou tocar no assunto na nossa preleção. É uma aproximação entre os povos e essa oportunidade não pode passar despercebido. O esporte possibilita isso e os Jogos têm esse caráter com os valores olímpicos de amizade, companheirismo e integração dos povos", comentou Daniel Junior, técnico da seleção brasileira de futsal.

Não houve qualquer tipo de comunicação entre os atletas. Além da barreira da língua, os tailandeses estão sendo blindados em Buenos Aires a pedido do governo de seu país. Eles participam de algumas ações, mas não dão entrevistas. A agenda deles na capital argentina, inclusive, quase não é divulgada, para evitar o assédio.

Esses garotos viajaram para a Argentina a convite do COI (Comitê Olímpico Internacional) e tiveram problemas para chegar a Buenos Aires por causa de cancelamento de voos, mas acabaram desembarcando na sexta-feira. Mesmo cansados da viagem, puderam acompanhar a cerimônia de abertura dos Jogos da Juventude.

No domingo, eles estiveram no estádio Monumental de Nuñez e enfrentaram um time juvenil do River Plate. O placar terminou em 3 a 3, mas o que contou foi a experiência dos meninos que possuem entre 11 e 16 anos e de seu treinador. No vestiário, eles ganharam um uniforme com o nome de cada um nas costas.

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