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'Geração NBA' do basquete brasileiro inicia sua batalha final

Contra a Lituânia, seleção masculina de basquete estreia com elenco mais idoso do torneio e prestes a anunciar adeus

Por Ciro Campos
Atualização:

A mesma geração responsável por reerguer o basquete masculino brasileiro se vê pressionada a partir deste domingo a iniciar o difícil caminho rumo à medalha nos Jogos do Rio. A equipe com a média de idade mais alta do torneio olímpico, quase 30 anos, estreia às 14h15 contra a Lituânia e têm na competição em casa a última chance de deixar uma marca significativa pela seleção.

Nenê, Leandrinho, Marcelinho Huertas e Alex Garcia formam um quarteto com participação constante na equipe brasileira nos últimos anos. Todos construíram trajetórias parecidas, ao estarem com mais de 30 anos, conquistarem a realização pessoal de chegar à NBA e no Rio, podem ter como desfecho a despedida de participações em Jogos. “Queremos fazer história na Olimpíada e o momento é agora”, resumiu o ala Leandrinho, de 33 anos.

Seleção de basquete, com muitos jogadores que atuam na NBA, como o pivô Nenê, tem a última oportunidade de conquistar uma medalha olímpica nos Jogos do Rio Foto: Guito Moreto

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Como sete dos 12 convocados são remanescentes dos Jogos de Londres, em 2012, o grupo tem experiência e entrosamento. A mesma geração conseguiu levantar o basquete nacional não apenas pela chegada à liga americana, como também por resultados expressivos. Com essa base o Brasil encerrou um jejum de três edições de Jogos sem conseguir se classificar e em Mundiais, alcançou o melhor resultado em 20 anos com o sexto lugar em 2014, na Espanha.

“É uma geração que está no seu melhor momento. Os caras que jogam na NBA terminaram com uma temporada muito boa e também os jogadores que disputaram a Liga Nacional. Todos se conhecem bem e temos tudo para conquistar uma medalha no Rio”, afirmou o ala Alex Garcia, de 36 anos, o mais velho de um plantel que tem cinco atletas da liga americana.

O elenco só não tem a força máxima pela ausência de dois jogadores da NBA que estão machucados Anderson Varejão e Thiago Splitter, que aos 31 anos, pode chegar a mais uma Olimpíada.

Ao contrário dele, Nenê e Marcelinho, ambos com 33, mais Guilherme Giovannoni, com 36, devem ter no Rio a chance derradeira de dar ao País uma medalha que não vem desde 1964, com o bronze nos Jogos de Tóquio.

O Brasil vem de um quinto lugar em Londres e aposta no trabalho do técnico Ruben Magnano, um dos grandes responsáveis pela evolução da equipe. No cargo desde 2010, o argentino levou a seleção do seu país ao ouro em Atenas, em 2004, e tem futuro indefinido no cargo atual. O contrato dele vai somente até o fim dos Jogos do Rio.

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A Lituânia enfrentou o Brasil em dois amistosos preparatórios para os Jogos e perdeu ambos. O destaque da equipe é o jovem de 20 anos Domantas Sabonis, recém-contratado pelo Oklahoma City Thunder, da NBA.

Ele é filho do maior jogador lituano da história, Arvydas Sabonis, três vezes medalhista olímpico e destaque do Portland Trail Blazers. O garoto, aliás, nasceu enquanto o pai atuava nos Estados Unidos.

Rival temido. Adversária do Brasil na segunda rodada da fase de grupos, a Espanha estreia hoje contra a Croácia em condições similares à da seleção da casa. A equipe do astro Pau Gasol também tem um elenco envelhecido, porém tem mais condições de concretizar o sonho do ouro, único título que falta para um país que recentemente deixou de ser coadjuvante para virar potência.

A melhor geração da história da país obteve nos últimos dez anos títulos históricos no Mundial e no Europeu. O pivô de 36 anos, do San Antonio Spurs avisou que para concretizar o sonho do inédito, será necessário se desdobrar para superar os algozes, os Estados Unidos.

“Ser campeão seria tudo, teria um significado gigante. É muito difícil e é por isso que teria tanta importância para nós”, afirmou. A Espanha foi finalista na duas últimas edições dos Jogos. Em ambas, perdeu para os americanos. A outra prata foi em 1984, também após derrota para os mesmos adversários.