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Governo federal decreta luto por soldado morto que estava no Rio para Olimpíada

Hélio Vieira Andrade não resiste a tiro levado na testa na última quarta

Por Roberta Pennafort
Atualização:

O presidente em exercício, Michel Temer, decretou luto oficial no País por conta da morte do soldado Hélio Vieira Andrade, de 36 anos. Integrante da Força Nacional de Segurança no Rio para a Olimpíada, ele foi baleado na testa no Complexo de favelas da Maré, na quarta-feira à tarde, e morreu na noite de quinta.

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"Considerando o alto nível de excelência e a importância do trabalho desenvolvido por aqueles que se dedicam diuturnamente a garantir a segurança dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016 e a zelar pela manutenção da lei e da ordem no País, (...) é declarado luto oficial em todo País, pelo período de um dia, contado a partir da data de edição deste Decreto, em sinal de pesar pelo falecimento do Soldado Hélio Vieira Andrade, da Polícia Militar do Estado de Roraima, que, não hesitando em cumprir o seu dever, foi vitimado em atuação efetiva durante operação da Força Nacional de Segurança Pública nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016", afirmou o texto publicado na edição desta sexta do Diário Oficial da União.

Na tarde desta quinta, o guarda civil Antonio Deydson Sousa da Camara, de 36 anos, cunhado de Andrade, deu entrevista ao Estadão.com e disse não ter esperanças de que alguém seja punido pelo crime. Ele contou que o soldado dizia que o trabalho no Rio exigia cautela, mas que estava satisfeito com o serviço. Andrade, que já havia trabalhado no Rio na Copa do Mundo, há dois anos, queria ajudar a mãe, que está desempregada, além de comprar um carro com o salário da Olimpíada. "Ele almejava realizar os sonhos dele, ele já estava conseguindo e vai seguir", lamentou Camara.

De acordo com o cunhado, o soldado dizia que o treinamento para o evento havia sido satisfatório. Ele discorda que as condições de trabalho fossem ideais. "A viatura não é blindada. Eu sei que é caro, mas falta apoio da União", afirmou. Camara contou que a família estava unida e rezando. Estavam inconformados. "Aquilo não foi um confronto, foi uma covardia. A gente não sabe quem atirou, e nem vai descobrir".

O ataque na Maré não mudará o esquema de segurança da Olimpíada, segundo o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes. "(O ataque na Maré) Não muda absolutamente nada. Não mancha os Jogos. Continua o mesmo esquema, até porque a Força Nacional não faz a segurança nas ruas. Continua fazendo a segurança de entrada e saída das dependências olímpicos, a segurança interna, e o Exército e a PM fazendo a externa, da mesma forma. Foi um incidente lamentável e covarde", afirmou, na última quinta.

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