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Grau de investimento ajuda Rio 2016, diz Nuzman

Presidente do COB confia que economia brasileira será a base para conquistar o direito de sediar os Jogos

Por Brian Homewood
Atualização:

A elevação do Brasil ao grau de investimento ajudará a candidatura do Rio de Janeiro para receber os Jogos de 2016, segundo o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman. Na opinião do COB, o novo status do país, reconhecido na semana passada pela agência de classificação de risco Standard & Poor's, contribuirá para apagar a antiga visão estereotipada de que o Brasil é um país com inflação descontrolada, onde é preciso uma mala de dinheiro para comprar uma lâmpada. "Eu acho que isso consolida uma candidatura forte, segura. Dá a segurança ao COI [Comitê Olímpico Internacional] de que o Brasil tem a capacidade financeira de assegurar a entrega dos Jogos Olímpicos", afirmou Nuzman em entrevista à Reuters. O dirigente disse que o comitê organizador está se empenhando para mostrar que o Rio é mais do que sol, praia e carnaval. Ele prefere falar da força econômica do país, da experiência em organizar eventos esportivos e das instalações que já existem. "São diversos fatores positivos, não há mais inflação, há estabilidade já há muitos anos na economia brasileira, a cotação do real em relação ao dólar, o nível de investimentos externos no Brasil é enorme. Existe na área imobiliária uma retração [no exterior], e no Brasil é o contrário", enumerou. INSTALAÇÕES PRONTAS Nuzman acredita que o fato de ter realizado os Jogos Pan-Americanos em 2007 será crucial para que desta vez o Rio consiga ser sede da Olimpíada - o que já tentou sem sucesso em 2004 e 2012. "Talvez a grande lição foi que nós não poderíamos organizar os Jogos Olímpicos sem organizar os Jogos Pan-Americanos. Organizamos muitos campeonatos mundiais e subimos os degraus com os Jogos Sul-Americanos e os Jogos Pan-Americanos", disse o dirigente. "A comprovação pública, prática, da capacidade de organizar megaeventos. Isso foi fundamental para as nossas aspirações." Nuzman disse que as instalações do Pan, inclusive o Estádio João Havelange (Engenhão), já foram construídas seguindo padrões olímpicos e tendo em mente os Jogos de 2016. Essas obras custaram cerca de 2 bilhões de dólares. "Nós decidimos escolher as instalações mais caras e construí-las para os Jogos Pan-Americanos em níveis olímpicos. É natural que esses valores também diminuam o orçamento da candidatura para os Jogos [Olímpicos], porque já foram gastos anteriormente. Estas obras caras já estão prontas, faltam aquelas menores, de custo menor." TRANSPORTE MAIS MODESTO Quanto ao restante da infra-estrutura, os organizadores acreditam que o plano de transportes apresentado na candidatura para 2012, que envolvia uma grande ampliação do metrô, era ambicioso demais. Por isso desta vez o dossiê brasileiro prevê um sistema mais simples, com corredores de ônibus. "O ponto capital foi a área de transporte, porque realmente era um desejo muito grande, muito caro, e o Comitê Olímpico [Internacional] entendeu que não era viável. O projeto [para 2016] é completamente diferente, é absolutamente equilibrado e absolutamente viável." O fato de o Brasil também organizar a Copa de 2014 é outro motivo de otimismo para Nuzman. "É um benefício enorme. Não podemos esquecer que o México fez a Olimpíada de 1968 e a Copa do Mundo de 70, a Alemanha fez a Olimpíada de 72 e a Copa de 74, os Estados Unidos fizeram em 94 a Copa do Mundo e em 96 os Jogos Olímpicos. Isso traz um benefício extraordinário, porque diversas obras serão construídas para a Copa do Mundo, hotéis, a parte de transporte, de trânsito, de segurança", afirmou Nuzman. O ex-cartola do vôlei acha que chegou a vez de a América do Sul realizar uma Olimpíada, o que nunca ocorreu. "Eu acho que tem grandes chances. A Ásia tem tido vários Jogos Olímpicos, assim como a Europa, e chegou o momento da América do Sul... Estamos falando de uma população de 400 milhões."

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