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Ingrid Oliveira refuta rótulo de musa: 'Isso ofusca meu lado como atleta'

Ao lado de Giovanna, brasileira sonha com medalha no salto sincronizado

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Por Redação
Atualização:

Os 10 metros que separam a plataforma e a piscina no Maria Lenk já foram percorridos por Ingrid Oliveira e Giovanna Pedroso incontáveis vezes. Mas nesta terça-feira, a partir das 16 horas, o salto não vale mais só como treino, as donas da casa precisam mostrar sincronia para brilhar nos Jogos Olímpicos do Rio.

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Prata nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, a dupla brasileira da plataforma 10 metros dos saltos ornamentais será a terceira a se apresentar na competição. Os holofotes estarão novamente apontados para Ingrid. Em 2015, a atleta ganhou projeção nacional por uma foto postada nas redes sociais. Se na época a popularidade como "musa do Pan" não a incomodou, a história é um pouco diferente hoje. 

"Isso de musa ofusca meu lado como atleta. Eu sou medalhista pan-americana, ganhei prata e ninguém vê isso. Fico meio frustrada", desabafa. E completa: "Vejo as redes sociais de uma outra forma, negócio mais como forma de divulgar meu trabalho."

Ingrid Oliveira e Giovanna Pedroso treinam no Maria Lenk antes dos Jogos Foto: Wilton Junior/Estadão

O assédio sobre Ingrid deixa Giovanna mais à sombra, o que a garota acha ótimo. "A atenção ficar mais nela do que em mim é até bom, não gosto muito disso." Apesar de parecer a mais introvertida da dupla, a saltadora vê semelhanças com a companheira. "Eu sou muito parecida com a Ingrid, no jeito de falar e de rir. Acho que essas coisas vão mais para ela porque eu sou menor de idade", afirma.

Com 17 anos, Giovanna é uma das caçulas do Time Brasil. No Rio, a jovem terá o apoio da família. Já Ingrid não verá na arquibancada quem ela mais gostaria, a mãe falecida. Só de pensar na ausência, os olhos da atleta enchem de lágrima. Mas ela diz estar preparada para o o que vier com sua "irmã" ao lado. 

Giovanna e Ingrid se apelidaram dessa forma pela cumplicidade que criaram ao longo do tempo, tornando-se praticamente da mesma família. Assim como qualquer relação entre irmãos, os desentendimentos são comuns. E, na reta final da preparação olímpica, as saltadoras ficaram "um bom tempo" sem se falar. O motivo? Nenhuma das duas quis revelar. 

"A gente teve um problema porque temos temperamentos muito diferentes. De vez em quando a gente se estranha e sempre nos resolvemos muito rápido, mas dessa vez demorou bem mais. A gente ficou sem se falar por bastante tempo", conta Ingrid. Giovanna ficou bastante sentida com a ruptura e acrescentou que a reconciliação foi um alívio para ela.

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"Foi difícil, eu gosto bastante da Ingrid. Para mim, foi ruim ficar esse tempo todo sem conversar. Eu sempre tive ela do meu lado para tudo e, do nada, não tinha mais. Ela é para mim uma irmã mais velha, desde que a gente se conhece, se chama de irmã, a gente criou uma amizade muito forte." 

Giovanna e Ingrid garantem que o conflito ficou no passado e acreditam que o fato não vai atrapalhar o desempenho da dupla na Olimpíada. Durante esse período turbulento, trataram-se apenas "no profissional", contando bastante com o auxílio dos treinadores. 

Ingrid se diz mais madura hoje e, no individual, no dia 17 de agosto, deve repetir o salto que lhe deu nota zero, para apagar de vez aquela lembrança do duplo e meio de costas carpado. A atleta teve um ano para digerir a decepção e analisa que a mudança de piscina aberta para fechada a deixou insegura e a música alta do nado sincronizado, na piscina ao lado, tirou sua concentração.

"Eu estava fazendo uma preparação para ele, um trabalho psicológico, um trabalho de base, agora o salto está bem mais seguro, estou treinando bem mais e estou mais confiante. Espero que dê tudo certo", torce.

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