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Jogos de Pequim devem ser os mais caros da história

US$ 40 bilhões seriam gastos, representando 65% a mais que os custos dos Jogos de Atenas de 2004

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Por Redação
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Os Jogos Olímpicos de Pequim serão os mais caros da história, segundo estimativas de que custarão entre US$ 20 bilhões e US$ 40 bilhões (aproximadamente R$ 32 bilhões e R$ 64 bilhões, respectivamente) , mas sem números definitivos, mantidos em sigilo pelos dirigentes chineses. A estimativa mais alta, de US$ 41,442 bilhões, foi confirmada nesta quarta pelo grupo de analistas da Associação de Pesquisa Olímpica de Pequim e coincide com a de um centro governamental paralelo. Entretanto, a mesma não foi publicada na China, mas apenas pela imprensa estrangeira. Este orçamento incluiria US$ 4,655 bilhões em estádios e custos operacionais, US$ 10,437 bilhões no combate à poluição e US$ 26,350 bilhões em infra-estruturas, segundo a verba prevista pelo município em 2001 para despesas olímpicas. Caso os gastos calculados em US$ 40 bilhões sejam confirmados, Pequim superaria amplamente os US$ 14 bilhões desembolsados por Atenas, sede dos Jogos de 2004. No entanto, o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Pequim (Bocog, em inglês) insiste que até agora foram gastos apenas US$ 2 bilhões, valor que inclui apenas os estádios e custos operacionais, de acordo com o orçamento oficial apresentado em novembro. A maior parte deste pacote estava destinada às 37 instalações olímpicas, 19 delas novas, embora apenas o Estádio Nacional (conhecido como "O Ninho") custou um quarto deste valor, mais de US$ 400 milhões. Além disso, outros 30% foram abocanhados por custos operacionais do Bocog. No entanto, no orçamento da candidatura, apresentado em 2001, também tinham sido incluídos US$ 12,355 bilhões adicionais, sendo US$ 8,6 bilhões para proteção ambiental, US$ 3,670 bilhões para estradas e transporte e US$ 85 milhões para aeroportos. Nos orçamentos de Pequim entre 2003 e 2008, a verba destinada à proteção ambiental é muito semelhante à planejada, mas apenas as novas estradas e linhas de metrô consumiram US$ 12, 531 bilhões, enquanto o orçamento de instalações olímpicas duplicou em relação ao previsto, com US$ 4,1 bilhões. No entanto, as autoridades não confirmam o orçamento, já que tinham previsto publicá-lo em maio e resolveram adiar a divulgação por causa de obras pendentes. Ainda hoje, os dirigentes se recusam a falar nos valores em entrevistas. Uma estimativa intermediária é a da empresa de consultoria Standard & Poor, que calcula em cerca de US$ 20 bilhões, incluindo os gastos em infra-estrutura, aeroporto e metrô. A empresa acrescenta que os US$ 2,2 bilhões arrecadados com a venda de ingressos aliviará a despesa do Bocog e evitará grandes prejuízos com o de Atenas, que teve prejuízos de US$ 12 milhões. Segundo os analistas, o caso de Pequim será semelhante ao de Barcelona, sede dos Jogos em 1992, cuja modernização tornou a cidade espanhola um dos principais destinos turísticos do mundo, gerando lucro a longo prazo.

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