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Jogos Olímpicos a custo zero para o torcedor

Existe alternativa para quem não quiser desembolsar qualquer quantia

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Foto do author Marcio Dolzan
Por Marcio Dolzan
Atualização:

Existe uma alternativa para quem quiser assistir in loco aos Jogos do Rio-2016 sem ter de desembolsar valores entre R$ 20, preço da meia-entrada para modalidades como vela e ciclismo, e R$ 4.600, custo do ingresso mais caro na cerimônia de abertura. Isso porque nove competições poderão ser acompanhadas sem despesa alguma. Em março, quando a prefeitura do Rio decidiu não construir uma arquibancada flutuante na lagoa Rodrigo de Freitas, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) deu uma declaração que incomodou muito a Federação Internacional de Remo. Ele afirmou que o local era um dos espaços democráticos da Olimpíada e, por isso, não pagaria para ver as provas de remo e canoagem.

Vista chinesa é um dos melhores pontos para acompanhar o ciclismo de estrada Foto: Fabio Motta|Estadão

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"Uma parcela menor vai comprar ingresso, mas, se eu fosse cidadão e não trabalhasse como prefeito, eu falaria 'não gaste com isso'. Vá assistir na beira da lagoa, tomando sua cervejinha com a família. Bota uma cadeira de praia e vê o remo de graça."

Se causou desconforto entre dirigentes esportivos, a ideia de não gastar para ver os Jogos Olímpicos deverá ser adotada por parte da população. Na região central, numa faixa de terra atrás do aeroporto Santos Dumont, com a Baía de Guanabara dos dois lados, um trio de pescadores de mariscos já confirmou que deixará o trabalho de lado para ver as competições de vela. Diariamente, Gabriel Macedo, Wilton Targino da Silva e Antônio Nascimento chegam ao local por volta das 6h para uma jornada de 12 horas em busca de mariscos. A rotina se repete há pelo menos 20 anos para Macedo, mas em agosto ele dará uma pausa. "Vou trazer meu banquinho, minha família, talvez uma cachacinha mineira, e assistir às provas daqui", disse o marisqueiro, de 50 anos, enquanto apontava ao fundo para os velejadores que treinavam na baía. Ele mora no complexo de favelas da Penha, área pobre da zona norte do Rio. No Forte de Copacabana, a 12 quilômetros do aeroporto – passando pelo Aterro do Flamengo, um dos trechos da maratona olímpica –, a aposentada Nina Santos, 70 anos, também se mostrou entusiasta das provas gratuitas. "Acho importantíssimo. Já que trouxeram os Jogos, pelo menos assim você não discrimina quem pode pagar de quem não pode", afirmou. Da praia mais famosa do País será possível assistir às provas de maratona aquática, triatlo e a largada do ciclismo de estrada, que passará ainda por outros bairros da zona sul antes de subir até a Vista Chinesa, no Alto da Boa Vista.

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