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Judô tem momento de decisão com definição das vagas olímpicas

David Moura, Rafael Silva, Felipe Kitadai e Eric Takabatake precisam brilhar no World Masters, em Guadalajara, no México

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Por Paulo Favero
Atualização:

Com disputas acirradas pelas últimas vagas, a seleção brasileira de judô está perto de ser definida para a Olimpíada. A partir de sexta-feira, será disputado o World Masters, em Guadalajara, no México, última etapa a contar pontos para o ranking. E duas categorias no masculino estão com uma boa briga: Eric Takabatake e Felipe Kitadai, nos 60 kg, e David Moura e Rafael Silva, o Baby, acima de 100 kg.

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A diferença de pontos entre os mais leves é de 21 a favor de Takabatake e entre os mais pesados é de 102 pontos a favor de Baby. Só que a competição dá 700 pontos para o 1º colocado, 420 para o segundo, 280 para o terceiro e 140 para o quinto, ou seja, quem ficar na frente acaba a corrida na dianteira. “A gente vai para a competição e sabe que ela é crucial”, avisa David.

Ele e Baby estão fazendo um duelo de gigantes pela vaga olímpica. No início do ano David estava na frente, mas o rival voltou de lesão e se recuperou com bons resultados. A disputa final se dará em Guadalajara. “Não é um contra o outro, mas só um de nós vai conseguir essa vaga. O pessoal acha que por ser a última competição aumenta a pressão, mas para mim está sendo natural, porque sempre soube que seria assim, pois tenho um adversário muito duro para conquistar a vaga. Sabia que seria no final, com dificuldade, por isso não me surpreendo.”

  Foto: HÉLVIO ROMERO | ESTADÃO CONTEÚDO

No outro duelo, Takabatake fará uma disputa saudável com Kitadai. “Eu e ele somos amigos desde mais novos. Claro que somos rivais no tatame, mas fora a gente conversa e se ajuda. Eu estou querendo muito a vaga olímpica, ele também, então seja quem for o Brasil estará bem representado”, diz.

O judoca sabe que uma boa participação no World Masters é fundamental para suas pretensões. “Agora temos a última competição valendo pontos para a Olimpíada, e é decisiva para a gente. Espero fazer minha parte, dependo só de mim, não gosto nem de ficar pensando em outros fatores, e quero fazer meu melhor. Quero trazer essa medalha e ganhar essa vaga.”

Lista final. Segundo Ney Wilson, gestor de Alto Rendimento da CBJ (Confederação Brasileira de Judô), a equipe será definida em uma reunião após a participação brasileira em Guadalajara. Ele explica que o ranking é o principal critério, mas em caso de dois atletas que estejam muito próximos na pontuação, outros fatores poderão pesar para a decisão.

“O peso maior é o ranking, que tem uma transparência muito grande, é incontestável. Queremos decidir assim. Só que nosso esporte é de confronto, então alguns outros fatores podem ser levados em consideração em casos muito excepcionais. Tipo um atleta que está crescendo e outro que está caindo na reta final e a diferença de pontos é muito pequena, ou o atleta que teve mais vitórias sobre atletas mais bem ranqueados”, explica.

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Ele vê as disputas sadias pelas vagas e sabe que a tristeza tomará conta de quem ficar pelo caminho. “É uma carga emocional grande. Acompanhamos o atleta quatro anos, se dedicando e abrindo mão de tudo para o treinamento, e no final ele vai perder a vaga. É duro. A gente tenta ser frio, mas é muito difícil. A gente fica contente por uns, mas tristes pelos outros que ficarão fora da equipe olímpica. Faz parte e temos de saber conviver com isso.”

ENTREVISTA COM MAYRA AGUIAR

1. Qual a expectativa para a disputa do World Masters na próxima semana?

É quase um teste para a Olimpíada, pois vou enfrentar adversárias que vão estar lá. É uma competição dura, pois desde o início terei rival forte.

2. É possível esconder o jogo das adversárias para surpreender no Rio?

Acho muito difícil esconder o jogo, pois sou muito competitiva. É momento para acertar e errar, para melhorar. Não busco o bom resultado, mas a forma como vou competir.

3. Como você vê o sucesso da seleção brasileira de judô?

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A gente está com um time muito bom para a Olimpíada. No feminino, a equipe cresceu junta. Eu entrei na seleção feminina com 14 anos, a Sarah entrou nova, a Rafaela também, todas têm muita experiência em competição grande, como Mundial e Olimpíada, e isso é um fator favorável.

4. A torcida será grande no Rio. Vocês estão preparados para a pressão?

Nós já mostramos que gostamos de lutar em casa. Em 2013 tivemos a maior quantidade de medalhas em um Mundial, no Rio. Acho que teremos uma boa participação.