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Líder chinês diz que unidade do país está em risco

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Por Redação
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O conflito da China com o Dalai Lama é simplesmente uma questão de unidade nacional e não tem nenhuma relação com etnicidade, religião ou direitos humanos, disse neste sábado o presidente chinês, Hu Jintao. A declaração do líder chinês foi mais uma dura reação do país às críticas externas, ao condenar o chamado do Parlamento Europeu por um boicote à abertura das Olimpíadas se a China não iniciar conversações com o Dalai Lama sobre o Tibet. Os comentários de Hu, divulgados pela agência oficial de notícias Xinhua, estão entre os mais explícitos feitos até agora pela cúpula do governo chinês para enquadrar os distúrbios no Tibet como uma ameaça à existência do país. "Nosso conflito com o grupo do Dalai não é um problema étnico, não é um problema religioso, não é um problema de direitos humanos", disse Hu. "É uma questão de preservar nossa identidade nacional ou romper a unidade da pátria." Autoridades chinesas têm alertado que grupos em campanha pela independência do Tibet se uniram a muçulmanos chineses da etnia uighur que lutam pela criação do Turquestão Oriental independente, na região de Xinjiang, no noroeste da China. Hu fez os comentários em um encontro com o primeiro-ministro australiano, Kevin Rudd, que visita a China. Ele reiterou a posição do governo, de que o país está aberto para conversações com o Dalai Lama, mas disse que o líder espiritual tibetano está bloqueando o caminho. O presidente chinês afirmou que está pronto para se encontrar com o Dalai Lama desde que ele desista de tentar "dividir a pátria", "incitar a violência" e "arruinar as Olimpíadas de Pequim". O Dalai Lama tem rejeitado as acusações de que orquestrou os distúrbios fatais na capital regional do Tibet, Lhasa, em 14 de março, e os protestos subsequentes nas áreas tibetanas. Quando lhe perguntaram na TV norte-americana NBC, na sexta-feira à noite, se queria o boicote às Olimpíadas, o Dalai Lama, que está visitando os Estados Unidos, respondeu: "Não." Ele afirmou que sua mensagem à China é: "Não estamos contra vocês. E eu não estou pedindo a separação". "SENTIMENTOS FERIDOS" Na condenação do pedido de boicote feito pelo Parlamento Europeu, a China usou linguagem muito semelhante à do dia anterior, quando criticou uma resolução aprovada por congressistas dos EUA pedindo o fim urgente da repressão no Tibet. A resolução do Parlamento Europeu foi aprovada por esmagadora maioria esta semana e não é de caráter obrigatório. O texto pede aos líderes europeus que considerem "a opção de não participar" das cerimônias de abertura dos Jogos. A porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Jiang Yu, disse que os parlamentares europeus haviam "interferido rudemente em assuntos internos da China", "ferindo seriamente os sentimentos do povo chinês", informou a agência Xinhua.

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