Cinco meses depois de ter sido pega em um exame antidoping, a velocista Ana Claudia Lemos se disse “vítima de uma contaminação”. “Foi um erro, ficou provado em um laboratório no Brasil e outro no Canadá. Eu fui vítima de uma contaminação”, disse a atleta ontem na Comissão Desportiva da Aeronáutica, no Campo dos Afonsos, local que se tornou o centro de treinamentos do atletismo brasileiro.
Ana Claudia foi suspensa por doping pelo uso de um esteroide (oxandrolona). A substância estava em um medicamento usado para curar uma lesão no joelho, de acordo com a velocista. Seu advogado, Marcelo Franklin, prometeu retaliação ao laboratório, principalmente. Em razão do resultado, a atleta foi demitida de seu clube, o BM&F Bovespa, de São Caetano.
“Ela teve toda sorte de prejuízo. Perdeu competições, patrocínios. Essa conta vai chegar”, disse o advogado. “Estamos fazendo o levantamento. Muita gente acusou a Ana Claudia sem provas”.
O principal nome da velocidade feminina no Brasil se sentiu abandonado durante o período de suspensão. “Senti falta de amizade. Eu enfrentei tudo com a ajuda de psicólogos. Repensei algumas atitudes minhas, me aproximei da família”, disse a velocista. “Quando olhava no celular, eu queria conversar, falar com os amigos, mas não tinha”, conta, emocionada.
A atleta conta que pensou em desistir do atletismo. “Eu pensei que nunca mais poderia voltar a correr. Pensei em acabar com a carreira, mas só foram cinco minutos pensando isso. Consegui virar a página”.
HISTÓRICO Ana Claudia Lemos foi suspensa pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), cumpriu o período longe das pistas e a Federação Internacional de Atletismo (Iaaf) decidiu não recorrer. Segundo Franklin, a decisão do órgão internacional foi baseada nas comprovações de contaminação que a defesa teria apresentado. Com isso, ela está liberada para participar dos Jogos. Suas provas serão os 100 m, 200 m e o revezamento 4 x 100 m.
“Nossa maior preocupação é que ela estivesse fora de forma. Mas ele treinou durante o período de suspensão e voltou muito bem”, afirmou Ricardo D’Angelo, presidente da confederação.
Em seu retorno, em julho, Ana correu 11s14, a melhor marca do Brasil na temporada nos 100 m e voltou a ser um dos pilares do revezamento.
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