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Mais 'descontraído', Phelps admite nova postura e pede foto com Djokovic

Nadador admite que ficha sobre seus feitos só caiu nos últimos dois anos

Por Demetrio Vecchioli
Atualização:

Dono de 22 medalhas, o norte-americano Michael Phelps chega ao Rio-2016 diferente. Os fones que cobriam o ouvido e o isolavam do mundo agora estão guardados. Phelps se tornou um atleta como outro qualquer, que também interpela Novak Djokovic na Vila dos Atletas para pedir fotos.

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“Antigamente eu não conversava com ninguém, ficava com meus fones. Hoje sou mais aberto, mais descontraído. Hoje (ontem) passei pelo Djokovic e falei: ‘Quero uma foto com ele’. É maravilhoso isso”, comentou Phelps, ontem, na entrevista coletiva mais concorrida da Olimpíada até agora, com pelo menos 400 profissionais de imprensa.

Todos querem ouvir o que tem para falar o maior medalhista olímpico de todos os tempos, que parece transparente como nunca. “Acho que a maior mudança é que tenho uma cabeça muito melhor dentro da piscina, uma ideia muito melhor da minha vida pessoal. Fui capaz de desfrutar da vida. Hoje desfruto coisas que eu não dava conta no passado.”

Antes mesmo dos Jogos de Londres, em 2012, Phelps já havia anunciado que se aposentaria. De lá para cá, ficou quase dois anos parado, enfrentou uma punição aplicada pela federação norte-americana após ser flagrado dirigindo embriagado quando voltava de um cassino e tratamentos nos Alcoólicos Anônimos e em uma clínica de reabilitação em Oklahoma. 

O processo de transformação no Phelps que chegou esta semana ao Rio passou também pela paternidade. Boomer, seu filho com Nicole Johnson, nasceu em maio e, desde então, faz os olhos do nadador brilharem. “Emocionalmente estarei dez vezes mais sensível. A Nicole me manda fotos todos os dias. De um dia para o outro ele cresce tanto, sua expressão muda tanto…”, derrete-se.

No Rio, Phelps vai lembrar de sua própria infância. De quando assistia aos Jogos Olímpicos sonhando em estar em uma cerimônia de abertura. Finalmente chegou a hora. Em sua quinta participação, ele finalmente vai participar do evento. Mais do que isso: será o porta-bandeira da delegação dos Estados Unidos.

“Liderar o meu país nessa Olimpíada é algo que eu nunca imaginei ter a oportunidade de fazer. Quando fui informado ontem (anteontem) que fui selecionado, acho que nunca tive um sorriso tão alegre no meu rosto. Fui tomado de emoção e talvez até tenha derramado algumas lágrimas”, admite. “Lembro de mim menino assistindo a cerimônia de abertura. Via a animação no rosto de cada uma das pessoas. Imaginei que teria essa oportunidade como atleta olímpico, e só aconteceu agora.”

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Michael Phelps reconhece que vive fase 'mais aberto, mais descontraído' Foto: Patrick B. Kraemer/ EFE

Phelps, que também pela primeira vez foi eleito para ser capitão da natação dos Estados Unidos, foi escolhido como porta-bandeira em uma reunião entre representantes das modalidades. Nathan Adrian representou os nadadores e convenceu a maioria dos seus pares de que Phelps era a melhor opção. “Se ele não fosse escolhido, a culpa seria minha”, brincou.

Dono da maior coleção de medalhas da história, Phelps nunca sequer esteve em uma cerimônia de abertura porque as competições de natação ocorrem na primeira semana. E ele, com um programa longo de provas, teve sempre de nadar na manhã seguinte. Menos exigente consigo mesmo, determinou que, se o técnico Bob Bowman dissesse que a influência do desgaste causado pela participação fosse superior a oito em uma escala de zero a dez, não iria ao Maracanã. Ouviu que é de 7,8.

SERENIDADE Ao longo de toda a coletiva, de pelo menos meia hora, Phelps não falou nenhuma vez em desempenho. Até foi questionado sobre a rivalidade com os australianos, mas ninguém levantou temas como meta de medalhas, tempos ou ranking mundial. O atleta que se acostumou a colecionar conquistas parece não se importar mais se vai ganhar ou perder.

“Estou me divertindo, estou feliz. Gosto muito do que faço. Cheguei a um ponto em que qualquer que seja meu desempenho, tenho certeza que terei encerrado minha carreira da forma que desejava”, afirmou.

A aposentadoria, entretanto, não é tão certa assim. Phelps já até pediu aos repórteres que não batam nele caso o encontrem competindo em Tóquio, na sua sexta Olimpíada. Ryan Lochte, seu companheiro de quarto na Vila dos Atletas, não tem nenhuma dúvida de que isso vai acontecer. 

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