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Maratona encerrará os espetaculares Jogos de Pequim

Por SIMON DENYER
Atualização:

A China encerra os espetaculares Jogos Olímpicos neste domingo no topo da tabela de medalhas e com uma bela festa de encerramento planejada para o Ninho do Pássaro. Antes disso há 12 medalhas de ouro em disputa, incluindo as finais do basquete e vôlei masculino, e seis grandes lutas de boxe. O destaque tradicional do último dia é a maratona, em que o Quênia espera conquistar sua quinta medalha de ouro em Pequim. É uma prova que eles nunca venceram, mas Martin Lel, Sammy Wanjiru e Luke Kibet estão a postos para encerrar o tabu. A vitória na maratona também coroaria uma semana gloriosa para os atletas africanos, já que a Etiópia venceu todas as quatro corridas de longa distância em Pequim. Na final do basquete masculino, os gigantes americanos da NBA são favoritos para ficar com o ouro que eles não conquistaram nos Jogos de Atenas 2004. Eles enfrentarão a Espanha, campeã mundial que os americanos trucidaram na fase de classificação. Os americanos também esperam vencer o Brasil na final do vôlei masculino, depois de perder a final feminina neste sábado para a seleção brasileira. Com esses dois ouros, os Estados Unidos teriam 36 no total, igualando o número obtido em Atenas. O resultado ainda os deixaria bem atrás da China, que dominou o quadro de medalhas deste o início, conquistando até agora 49 ouros. Os chineses ganharam sete das oito medalhas de ouro nos saltos ornamentais -- o australiano Matthew Mitcham ficou com a oitava medalha no sábado à noite, na final do salto em plataforma. As medalhas de ouro da China vieram do badminton, ginástica, tiro e levantamento de peso, mas o domínio mais evidente foi no tênis de mesa. Com a vitória na final do torneio masculino, sábado, os mesa-tenistas chineses ficaram com todos os lugares no pódio das disputas individuais e com os dois ouros por equipes (masculina e feminina). "Apenas uma bandeira nacional foi alçada ao teto. Era vermelha com cinco estrelas. Isso é quase milagroso, um final perfeito para os Jogos Olímpicos de Pequim", afirmou o técnico chinês Liu Guoliang. Que a China liderasse a tabela de medalhas era previsto, mas o tamanho da diferença para seus adversários foi uma surpresa para muitos. Com um quinto da população mundial, a China despejou bilhões em um sistema de treinamento ao estilo soviético para maximizar o sucesso em medalhas. Seu novo status de superpotência no esporte reflete seu emergente poderio econômico global. Conforme a bandeira olímpica for baixada na cerimônia de encerramento dos Jogos no domingo, e passada aos novos anfitriões em 2012, o Reino Unido, o governo comunista da China verá que o investimento de US$ 43 bilhões nos Jogos foi dinheiro bem gasto. Cerca de US$ 100 milhões foram gastos apenas nas cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos. Apesar de muito se falar da poluição e dos direitos humanos, as atenções durante os Jogos foram voltadas para os suntuosos locais de provas e o esporte praticado dentro deles. Houve alguns pequenos protestos sobre o Tibete, ataques de militantes no oeste da China por ocasião do início dos Jogos, e um assassinato de um turista americano. No campo esportivo, os destaques individuais foram o velocista jamaicano Usain Bolt e o nadador americano Michael Phelps, que conquistou oito medalhas de ouro e se tornou o atleta mais bem sucedido na história olímpica. Um número recorde de países, 86, conquistaram medalhas, incluindo, pela primeira vez, o Afeganistão. O primeiro-ministro Gordon Brown e o ex-capitão da seleção inglesa David Beckham estarão na festa de encerramento no Ninho do Pássaro domingo à noite, para ver a China passar o bastão. "Obviamente penso que a China está muito orgulhosa do que fez nesses Jogos", afirmou Beckham numa entrevista concedida sábado. "Vimos que o que os chineses fizeram, e estou certo de que faremos melhor do que eles, com certeza." O ex-meio campo do Manchester United e Real Madrid, agora jogando pelo LA Galaxy, estará acompanhado durante os oito minutos dedicados a Londres na noite de encerramento dos Jogos de Pequim pelo guitarrista do Led Zeppelin, Jimmy Page, e a cantora Leona Lewis. Beckham afirmou estar maravilhado pelos chineses pelo fato de que toda a atenção pré-Olimpíadas sobre temas políticos foram rapidamente dissipados. "Houve obviamente muita negatividade às vésperas da competição. Mas todo mundo sabia que uma vez que os Jogos começassem, isso iria desaparecer e o sucesso das equipes e dos atletas se sobresairia", disse ele. "Politicamente, não vou comentar sobre isso. Mas no final das contas, é um povo especial. O povo chinês merece um grande evento e ele tiveram isso."

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