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Empresa japonesa rescinde e Lochte perde todos seus grandes patrocinadores

Nadador americano se envolveu em polêmica ao relatar falso assalto no Rio

Por Fernando Nakagawa e correspondente em Londres
Atualização:

A confusão gerada pelo nadador Ryan Lochte no Rio-2016 começa a afetar os contratos comerciais do atleta norte-americano. A multinacional Speedo anunciou na tarde desta segunda-feira que encerrou o contrato de patrocínio de mais de uma década de Lochte. Logo em seguida, outra marca norte-americana de vestuário, Ralph Lauren, foi até mais longe: retirou todas as citações ao atleta de seu site oficial, mantendo as de outros esportistas.

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A quebra de contrato não pára por aí. A empresa de produtos estéticos para a pele Syneron-Candela também cortou seu apoio a Lochte. A companhia patrocinava o atleta especificamente com um acessório elétrico removedor de pêlos corporais.

"Nós mantemos os nossos empregados em altos padrões, e esperamos o mesmo de nossos parceiros", afirmou a marca, em um breve comunicado. "Desejamos o melhor para Ryan nos seus futuros projetos e agradecemos pelo tempo que ele passou apoiando a nossa marca".

Ryan Lochte ainda pode perder mais patrocínios Foto: AFP

No início da tarde, a Ralph Lauren anunciou também em comunicado que continuava parceira das delegações esportivas norte-americanas, e que o apoio a Lochte não prosseguiria após os Jogos Olímpicos do Rio.

"Ralph Lauren continua a orgulhosamente patrocinar os times olímpico e paralímpico dos Estados Unidos, e os valores que os atletas endossam. O acordo com Ryan Lochte foi especificamente para o apoio durante os Jogos Olímpicos do Rio-2016, e a companhia não irá renovar o seu vínculo", afirmou.

Já a fornecedora de material esportivo Speedo, por sua vez, encerrou o acordo de forma mais amigável. Em torno da decisão, a companhia doará uma parte da verba que seria destinada ao atleta para uma organização não-governamental que atende crianças no Brasil.

"A Speedo USA anuncia hoje a decisão de encerrar o contrato de patrocínio de Ryan Lochte", informa a empresa em comunicado à imprensa. "Não podemos tolerar comportamento que é contrário aos valores que esta marca representa há tanto tempo", explica a nota que reconhece que a companhia manteve, até o episódio, uma "relação vencedora com Ryan por mais de uma década".

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"A companhia informa ainda que, com a decisão de encerrar o patrocínio, a Speedo USA doará US$ 50 mil (cerca de R$ 160 mil) do orçamento que seria dedicado ao nadador para projetos que atendam crianças no Brasil da ONG Save The Children".

Na nota, a empresa fornecedora de material esportivo agradece as realizações do atleta e deseja progressos ao nadador, que, posteriormente, agradeceu pelo apoio.

"Eu respeito a decisão da Speedo e sou grato pelas oportunidades que a nossa parceria me proporcionou ao longo dos anos. Estou orgulhoso dos objetivos que alcançamos juntos", afirmou o nadador, para o portal E! News.

A mentira sobre o suposto assalto parece mesmo ter prejuciado a imagem de Lochte. Mais uma empresa anunciou o fim do apoio ao nadador: a fabricante de colchões Airweave. No fim da tarde desta segunda-feira, a companhia japonesa informou ao Broadcast que encerrará a parceria com o atleta envolvido em uma confusão no Rio de Janeiro, mas continuará apoiando os demais atletas da equipe dos Estados Unidos. Com a decisão da empresa asiática, o atleta norte-americano perdeu oficialmente todos os grandes contratos de patrocínio.

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“Nosso contrato com Ryan Lochte foi de apoio a Rio 2016. Após cuidadosa consideração, nós tivemos de tomar a decisão de encerrar a parceria”, informou um porta-voz da empresa japonesa que possui várias lojas nos Estados Unidos. “Nós continuamos comprometidos em apoiar o Time EUA e os atletas que se preparam para os jogos paraolímpicos”, informa a companhia que diz que o apoio aos atletas continua “inabalável” apesar do episódio com Lochte.

Durante os jogos no Rio, Lochte disse que ele e grupo de três outros nadadores havia sido roubado dentro de um táxi, mas a polícia fluminense investigou o caso e concluiu que o grupo gerou confusão em um posto de gasolina na Barra da Tijuca. 

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