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Membros da delegação paralímpica do Brasil não podem sair do hotel no Japão após caso de covid-19

Um total de 52 pessoas, entre elas 27 atletas, tem de ficar no quarto até o início dos Jogos, previsto para 24 de agosto; Comitê Paralímpico Brasileiro critica isolamento

Por Ítalo Cosme
Atualização:

Grupo de 52 pessoas da delegação paralímpica brasileira, incluindo 27 atletas e comissão técnica, está isolado no Japão por contato com o primeiro caso de covid-19 registrado entre os representantes do Brasil e proibidos de treinar antes do início dos Jogos Paralímpicos de Tóquio-2020, previsto para 24 de agosto. 

O protocolo do Comitê Organizador dos Jogos orienta que as pessoas que sentarem-se no raio de duas fileiras de assentos de um infectado devem ser isoladas. Isso porque, na avaliação das autoridades sanitárias, em determinados momentos houve exposição sem máscara para as refeições, por exemplo. 

Membros da delegação paralímpica do Brasil são isolados em hotel no Japão após caso de covid Foto: Comitê Paralímpico Brasileiro

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Em nota, o Comitê Paralímpico Brasileiro critica o isolamento do grupo e diz que a conduta colide com o que preconiza o playbook dos Jogos de Tóquio, conforme versão enviada ao CPB em 15 julho último. “É permitido aos atletas que mantiveram “contato próximo” treinar, igualmente em isolamento, e até mesmo competir nos Jogos de Tóquio.”, diz o texto.

Conforme o CPB, a prática já teria sido aplicada, por exemplo, com atletas olímpicos da África do Sul, da Rússia e da Itália durante os Jogos Olímpicos de Tóquio. “Apesar dos esforços do governo brasileiro, não encontramos respaldo por parte das autoridades locais.” A entidade reitera ainda que segue na tentativa de obter a autorização de treinamento para os referidos atletas e possibilitar a melhor participação brasileira no maior evento do ciclo paralímpico.

Entre os que estão isolados, ninguém poderá deixar as dependências dos quartos do hotel. O isolamento ocorre na cidade de Hamamatsu, onde os representantes do Brasil fazem aclimatação para o início da competição. O local fica a cerca de 250 km de Tóquio. E não há atletas de outras delegações nas proximidades. 

O CPB afirma que a medida é imposta pela administração da cidade de Hamamatsu, mas que está em contato com o Comitê Olímpico e com a Embaixada do Brasil no Japão para tentar reverter a situação.

Todos os membros da delegação brasileira, estando no grupo isolado ou não, realizam testes diários desde o dia de chegada no Japão. O primeiro caso positivo ocorreu em um exame de PCR no desembarque no Japão, na última sexta-feira. O segundo caso foi registrado após exame salivar de membro já em isolamento positivar.

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De acordo com o Comitê, os testes diários do grupo isolado estão dando negativos. Apesar disso, a decisão é mantê-los sob restrições. O restante da delegação que não está com circulação limitada pode sair normalmente de acordo com a programação montada pela comissão técnica.

Aproximadamente 130 representantes do Brasil já desembarcaram no Japão para a competição. São representantes da natação, tênis de mesa, goalball e halterofilismo, além de membros da comissão técnica, médica e administrativa. Ao todo, a missão brasileira contará com 431 pessoas, sendo 253 atletas representando o país em 20 modalidades. O processo logístico é intenso e exige que os Comitês Paralímpicos realizem cerca de 900 testes para covid-19.

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