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MPF aponta falhas de manutenção e falta de funcionários no Parque Olímpico

Inspeção no Centro de Tênis, Velódromo e Arenas Cariocas 1 e 2 encontra materiais amontoados e nove agentes públicos

Foto do author Raphael Ramos
Por Raphael Ramos
Atualização:

Três anos depois dos Jogos Rio-2016, o Parque Olímpico da Barra enfrenta problemas de conservação e falta de pessoal para fazer a manutenção do espaço. Inspeção realizada pela CGU (Controladoria-Geral da União) e o Ministério Público Federal no Centro Olímpico de Tênis, no Velódromo e nas Arenas Cariocas 1 e 2 apontou “precariedade na gestão patrimonial” e outras falhas.

O Estado teve acesso ao relatório. Fotos mostram um almoxarifado improvisado no Centro de Tênis, com centenas de equipamentos amontoados, como cabos, baterias e estruturas provisórias.

Cabos elétricos guardados em almoxarifado improvisado Foto: MPF

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Desde o fim da Autoridade de Governança do Legado Olímpico (Aglo), em 30 de junho, o Parque está sob a gestão da Secretaria Especial do Esporte, vinculada ao Ministério da Cidadania. Houve cortes de verba e funcionários. A Aglo era uma autarquia ligada ao antigo Ministério do Esporte criada em 2017 para administrar as Arenas Carioca 1 e 2, o Velódromo e o Centro Olímpico de Tênis e negociar parcerias com a iniciativa privada para encontrar uma destinação aos espaços. Agora, cabe ao Ministério da Cidadania, em conjunto com o Ministério da Economia, definir como ficará a gestão do Parque Olímpico nos próximos meses.

Durante inspeção no mês passado, a CGU e o MPF constataram que nove agentes públicos estavam atuando no local. O Parque ocupa uma área de 1,18 milhão de metros quadrados. Quando foi criada, em 2017, a Aglo tinha 95 funcionários e, após redução no quadro, nos últimos meses 70 pessoas estavam trabalhando na autarquia federal.

Material 'guardado' no Centro Olímpicode Tênis Foto: MPF

No relatório feito após a visita ao Parque, o número de agentes destacados para cuidar do local é atacado. “O Ministério da Cidadania mantém equipe mínima para operação das arenas, mas insuficiente para controle e gestão dos quatro equipamentos sob a responsabilidade do ministério.” Em nota enviada ao Estado a Secretaria Especial do Esporte informou que “está finalizando o processo para ajustar a quantidade de servidores que ficarão responsáveis pelo Parque Olímpico.”

A acessibilidade dos espaços é outro ponto questionado. Há problemas com relação aos contratos dos elevadores, que não estão funcionando e não há data para voltarem a operar. “O processo licitatório para contratação da empresa especializada está em processo de conclusão”, informou a Secretaria Especial do Esporte.

Parque Olímpico do Rio de Janeiro estava interditado desde 15 de janeiro Foto: Fábio Motta / Estadão Conteúdo

Também há críticas sobre a falta de um inventário sobre o material guardado no Parque Olímpico. No prédio anexo à quadra externa do Centro de Tênis, por exemplo, estão armazenados itens retirados de outros locais que poderiam ser reutilizados dentro do próprio Parque. O prédio, inclusive, apresenta várias rachaduras e manchas de infiltração. Em relação ao inventário, a Secretaria Especial do Esporte alega que o documento passa por ajustes finais para divulgação.

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Em inquérito civil público, o Grupo de Trabalho Olimpíada Rio-2016, do MPF, expediu ofícios à Secretaria Nacional de Esportes cobrando esclarecimentos do órgão.

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