Desde os Jogos de Atenas, em 2004, o judô brasileiro se hospeda fora da Vila Olímpica na reta final de preparação. Manter a concentração na competição, nos horários das atividades e nos treinamentos é a principal justificativa para os judocas se afastarem do clima olímpico.
“É bom blindar um pouco a equipe e, o mais importante, manter a qualidade do treinamento até o último instante”, diz Ney Wilson, gestor técnico de Alto Rendimento da Confederação Brasileira de Judô. “É uma competição longa, de sete dias. Também conseguimos treinar aqueles que vão lutar por último.”
Outra preocupação dos dirigentes é a diferença de cronograma de cada modalidade. Wilson explica que consegue administrar os horários da equipe de judô, porém, no alojamento, é difícil exercer controle sobre as equipes de outros esportes.
Os atletas são favoráveis ao isolamento. Rafael Silva, o Baby, conta que eles estão no “fuso Mangaratiba”. A equipe masculina vai para a cama às 22h, enquanto a feminina tem 30 minutos de bônus. Os horários foram discutidos entre os atletas e a comissão técnica democraticamente.
Para Victor Penalber, estreante na Olimpíada, ainda não é o momento de viver o clima olímpico. “O foco tem de ser total no treinamento, esse clima que foi criado é muito importante.”
A escolha por um resort em Mangaratiba, distante 100 km da cidade do Rio de Janeiro, foi sobretudo técnica. Até a dificuldade de chegar até a praia foi levada em consideração. A comissão queria um lugar que permitisse realizar treinos físicos e também específicos, preservando a privacidade dos atletas. “Ele acabou caindo como uma luva para nossas necessidades. Aqui é o paraíso para eles estarem focados”, afirma Ney Wilson.