PUBLICIDADE

Publicidade

MPF suspeita que Nuzman ganhou passaporte russo em troca de voto para Sochi

Presidente do Comitê Olímpico do Brasil é alvo de operação que investiga compra de votos para o Rio ser sede da Olimpíada

Por Constança Rezende
Atualização:

O Ministério Público Federal (MPF) suspeita que o presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman, tenha obtido nacionalidade russa em troca de votar a favor da cidade russa de Sochi para sediar os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014. A Polícia Federal (PF) encontrou um passaporte russo em nome do dirigente esportivo na ação de busca e apreensão que fez na casa dele, na manhã desta terça-feira, na Operação Unfair Play. A informação sobre a suposta troca que teria rendido a Nuzman o passaporte estrangeiro constaria de depoimento do atleta brasileiro Eric Maleson, o primeiro do País na modalidade olímpica de bobsled, ao Ministério Público Financeiro Francês. De acordo com o MPF, “essa nacionalidade russa devia lhe permitir esperar escapar da Justiça brasileira se fosse necessário”. Por isso, todos os passaportes de Nuzman foram apreendidos na operação.

Carlos Arthur Nuzman na sede da Polícia Federal, no Rio Foto: Fábio Motta/Estadão

PUBLICIDADE

Maleson, que é fundador e ex-presidente da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo, também relatou ao órgão francês que teria ocorrido fraude na votação dos países africanos para a escolha da cidade. 

O procurador nacional adjunto financeiro da França, Jean-Yves Lourgouilloux, confirmou que Eric procurou autoridades francesas por "livre e espontânea vontade". 

"Ele foi ouvido como testemunha, não posso entrar em mais detalhes do que aconteceu. Os elementos que ele forneceu terão que ser verificados", disse o francês. 

Em julho de 2009, Eric Maleson também informou às autoridades brasileiras, por meio de carta rogatória, que a delegação brasileira, composta por Carlos Nuzman e Ruy Cesar Miranda Reis, se dirigiu à Nigéria para apresentar o Rio de Janeiro aos países africanos. Posteriormente, Reis teria pago uma quantia para garantir a votação pela cidade fluminense.

O Estado não conseguiu localizar a defesa de Reis, para comentar a acusação./COLABOROU FABIO GRELLET

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.