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O 'astro' da constelação americana no basquete olímpico

Maior cestinha da história da seleção, LeBron James chega à quarta olimpíada como grande nome do time dos Estados Unidos

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Por Felippe Scozzafave
Atualização:

Quando falamos de basquete na Olimpíada, a primeira imagem que vem à cabeça é a fortíssima seleção americana, ouro nos Jogos em 14 de 17 oportunidades possíveis. E se tem alguém que represente bem o "dream team" nos dias de hoje, esse alguém é LeBron James. Aos 31 anos, o atleta do Cleveland Cavaliers é daqueles esportistas que ficarão pra sempre em nossa memória. Entre outras coisas, ele é bicampeão olímpico, bicampeão da NBA (atualmente disputa a final contra o Golden State Warriors) e quatro vezes MVP, melhor jogador da liga. Precisa de mais alguma coisa para ser "o cara" do basquete olímpico? Quando ainda era um adolescente e brilhava defendendo a escola St. Vincent-St. Mary, de Ohio, no campeonato colegial, LeBron James já era conhecido como "The King", o rei, por grande parte dos Estados Unidos e, por sua explosão de força, rapidez e qualidade de arremessos, era considerado uma grande estrela do basquete antes mesmo de entrar na NBA. Houve quem dissesse que ele entraria na liga para substituir Michael Jordan, considerado o maior de todos. Porém, o que chama atenção é que foi por um acaso que ele deu os primeiros passos no esporte.

LeBron James é bicampeão olímpico com a seleção americana Foto: Sergio Perez/Reuters

Mãe aos 16 anos, Gloria foi abandonada pelo seu companheiro e, sem condições de criar um filho sozinha, pediu ajuda à família de Frank Walter, técnico de basquete. E foi ele quem colocou o menino LeBron para treinar em um centro esportivo comunitário. Quando criança, ele jogava apenas para passar o tempo e, segundo Walter, se interessava mais por futebol americano, esporte em que desejava se profissionalizar. Porém, o tempo foi passando e o menino viu que o basquete poderia lhe render frutos, já que, sempre que fazia muitas cestas, ganhava comida para levar para sua mãe. E foi assim até que decidiu levar a sério a carreira e até trocou de colégio para poder se concentrar no esporte. O resultado veio rápido e, com a camisa dos "Fighting Irish", nome do time do St. Vincent-St. Mary, ele fez história ao receber três vezes o título "Ohio Mr. Basketball", prêmio dado ao melhor jogador de basquete do estado e foi altamente promovido na mídia nacional como um futuro superstar da NBA. Segundo palavras de Ryan Jones, editor da SLAM Magazine, conceituada revista de esportes, James deixou o colegial como "o mais badalado jogador de basquete de todos os tempos".

O atleta é tratado como estrela desde que estava no campeonato colegial Foto: Tom Pidgeon/AFP

Sua entrada na NBA veio em 2003 e, aos 18 anos, foi considerado o melhor atleta fisicamente falando entre todos os esportes por alguns analistas. Com versatilidade para jogar em todas as posições, LeBron foi a primeira escolha em um dos drafts considerados o mais forte de todos os tempos, com nomes como Carmelo Anthony e Dwyane Wade, por exemplo. Acabou selecionado pelo Cleveland Cavaliers, da cidade vizinha a Akron, onde ele nasceu. Logo em seu início, veio o estouro, já que ele anotou 25 pontos, distribuiu nove assistências, seis rebotes e ainda roubou quatro bolas em seu primeiro jogo como profissional. Em pouco tempo, se tornou o "dono do time", um dos piores da liga, que foi melhorando ano após ano até se tornar uma potência e chegar à final da NBA na temporada 2006/2007, quando os Cavs foram derrotados pelo San Antonio Spurs, mas a essa altura, LeBron já era o maior cestinha da história da franquia e um "herói" para a cidade, considerada um centro de pouca expressão nos Estados Unidos.

O camisa 23 é a grande personalidade e praticamente um 'super-homem' emCleveland Foto: Reprodução/Instagram

Mais três anos se passaram, o camisa 23 ganhou seus dois primeiros títulos de MVP, mas não conseguiu levar o time de Cleveland ao seu primeiro título de NBA. Quando a equipe foi eliminada da liga na temporada 2009/2010, ele foi vaiado pela torcida e muito criticado por não ter tido grandes atuações contra o Boston Celtics, na semifinal da conferência leste. Foi aí que ele decidiu se mudar para o Miami Heat em um evento que parecia final de Copa do Mundo, sendo transmitido pela televisão para inúmeros países e que ficou conhecido como "a decisão". Apesar de ter sido massacrado pela escolha e de ter camisas com seu nome queimadas pelos torcedores, ele fez a troca valer a pena. No time da Flórida, formou, ao lado de Dwayne Wade e Chris Bosh, um trio quase que invencível, e, em quatro anos, chegou à final da NBA quatro vezes, conquistando dois títulos, além de mais dois MVP's para o gigante de 2,03m.

Wade, Bosh e James fizeram história ao conquistarem dois títulos com o Miami Heat Foto: Andrew Innerarity/Reuters

Porém, apesar de já ter escrito seu nome na história do basquete, LeBron considerava que uma página ainda estava em branco em sua carreira: dar um título para a sua "terra". Ele, então, decidiu retornar ao Cleveland Cavaliers. No primeiro ano, conduziu o time até a final da NBA, mas, sobrecarregado após as lesões de Kyrie Irving e Kevin Love, acabou derrotado pelo Golden State Warriors. Na segunda temporada, novamente LeBron foi o grande responsável por levar o time para a decisão. E, mais uma vez, contra a equipe californiana, liderada por Stephen Curry. Será que o camisa 23 e seus companheiros vão conseguir a revanche e LeBron finalmente dar um título para seus "conterrâneos"? Só o tempo irá dizer...SELEÇÃO AMERICANA LeBron James chegou bastante novo à seleção americana de basquete. Em 2004, aos 19 anos, em seu primeiro ano de NBA, já foi convocado para defender o país na Olimpíada de Atenas. Ainda inexperiente, deu o seu show, mas não conseguiu levar o seu time ao título, perdendo para a campeã Argentina na semifinal e ficando com a medalha de bronze. Dois anos mais tarde, mais uma decepção, ao ser novamente bronze na Copa do Mundo de basquete. Em Pequim, em 2008, ele já era um dos grandes nomes da NBA e finalmente veio a redenção, sendo um dos destaques da acachapante conquista americana. Em Londres, 2012, mais uma vez os Estados Unidos deram show e, sem grandes dificuldades, conquistaram mais uma medalha de ouro. James fez história, ao anotar o primeiro triplu-duplo da história dos Jogos, com 11 pontos, 14 rebotes e 12 assistências contra a Austrália, se tornar o maior cestinha da história da seleção americana e igualar lendas como Michael Jordan e Scottie Pippen como os únicos jogadores que ganharam a NBA e a medalha de ouro olímpica no mesmo ano. No Rio, aos 31 anos, LeBron será, ao lado de Carmelo Anthony, o grande pilar da equipe em experiência, já que Kobe Bryant, presente na seleção na última edição, em Londres-2012, se aposentou das quadras há poucos meses e não participará dos Jogos. O astro do Cleveland Cavaliers está na pré-lista do técnico Mike Krzyzewski, o Coach K, e só não estará presente na Olimpíada se abrir mão de disputá-la.

LeBron é o maior cestinha da história da seleção americana e pode ser tricampeão olímpico Foto: Mike Segar/Reuters

RELAÇÃO COM O RIO Apesar de ter construído a sua vida e carreira toda nos Estados Unidos, LeBron James é quase um "cidadão carioca". Entre outras visitas, ele já esteve no Rio de Janeiro para assistir a final da Copa do Mundo, entre Alemanha e Argentina, em 2014 e, no mesmo ano, voltou à cidade para participar do "NBA Global Games", jogo de pré-temporada da liga disputado na cidade, e que marcou o retorno do craque para o Cleveland Cavaliers, enfrentando justamente o Miami Heat. Na ocasião, o atleta aproveitou as praias cariocas para se exercitar e se refrescar no mar.

Em sua visita ao Rio, em 2014, o atleta conheceu o Cristo Redentor, cartão postal da cidade Foto: Reprodução/Instagram

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