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Obras sob a sombra da urgência para os Jogos Olímpicos

Velódromo e Centro de Hipismo estão entre os locais de competição com acabamento às pressas

Foto do author Marcio Dolzan
Por Marcio Dolzan
Atualização:

Rio chega à reta final de sua maratona sob a sombra da urgência. Há centenas de operários e funcionários do comitê organizador correndo para deixar tudo pronto para o início da Olimpíada. Existem instalações inacabadas e sem a identidade visual do Rio-2016.Até agora, os Jogos consumiram R$ 39,1 bilhões. O índice de execução das instalações olímpicas, medido pela Empresa Olímpica Municipal (EOM), órgão vinculado à Prefeitura do Rio, estacionara oficialmente em 98%, o mesmo do fim de maio. Nesta quinta-feira, a EOM informou que chegou a 99%. O principal motivo é o Velódromo, no Parque Olímpico, cuja entrega vinha sendo adiada desde o ano passado. O ambiente esportivo foi inaugurado pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB) apenas no último domingo. O Comitê Olímpico Internacional (COI) fez elogios. Mas alguns atletas reclamaram de poeira na pista e falta do ar condicionado. O paisagismo externo está em curso.

O Velódromo do Rio foi entregue, mas ainda carece de ajustes pontuais Foto: Wilton Junior/ Estadão

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Somente na semana passada a parte externa do Velódromo começou a receber os acabamentos. Ainda assim, o índice de execução da obra não havia saído de 89%. Nesta quinta, no entanto, chegou a 97%. Isso fez com que até mesmo os treinos previstos fossem adiados. Eles foram realizados no fim de semana, com a participação de 34 atletas. Vale lembrar que a disputa de ciclismo de pista dos Jogos do Rio será a primeira competição a ser realizada no local, já que não foi possível realizar um evento-teste devido ao atraso na entrega. Em frente àquela obra, o Centro de Tênis também enfrenta atraso em sua entrega. O local sediou o evento-teste ainda no ano passado, mas muitos operários seguem trabalhando na quadra central (permanente) e nas quadras auxiliares, que terão arquibancadas provisórias. O índice de execução, de acordo com os responsáveis, saltou de 93% para 97%. O próprio Parque Olímpico ainda está longe de ter cara de Olimpíada. Diariamente, é intensa a movimentação de operários e funcionários do Comitê Rio 2016. Eles cuidam da montagem de estruturas temporárias e de pequenas obras no interior das instalações. Dentro das arenas, a adesivagem com a identidade visual dos Jogos não começou. No Complexo Esportivo de Deodoro, uma das principais área de competições da Olimpíada, a preocupação está no Centro de Hipismo. A pista de competição não está finalizada, e há atraso nas obras da Vila dos Tratadores. A EOM não informa o índice de execução das obras do local pois o centro é uma instalação existente, que passa por reformas. Em Copacabana, local das disputas de vôlei de praia, maratona aquática e triatlo, a instalação das estruturas acontece até mesmo à noite e nos finais de semana. A maior obra é a da quadra central do vôlei de praia, que chegou a ser interrompida por quase três dias em razão da falta de licenciamento ambiental.  As obras próximas à praia atrapalham a vista de moradores e turistas, assim como a ocupação de grandes trechos de areia. Até mesmo a circulação de pessoas já é prejudicada. Boa parte do calçadão que divide a Avenida Atlântica, via que acompanha toda a orla de Copacabana, está fechada por tapumes e contêineres. Há ainda um trecho em que uma arquibancada temporária está sendo erguida. A instalação de equipamentos para o fornecimento de energia temporária está em fase final. Melhorias foram solicitadas pelo COI no Maracanã e Parque Aquático, entre outras instalações. Segundo o Comitê Rio 2016, todo o Parque Olímpico estará ligado à nova rede no próximo dia 17 de julho.

NÚMEROS

R$ 14,5 bilhões correspondem aos gastos exclusivos com obras para os Jogos Olimpícos;

R$ 24,6 bilhões servem a construções que os governos consideram legado, como as obras de mobilidade.

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