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Ouro perdido por nervosismo de atirador foi o momento patético

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Por PAUL MAJENDIE
Atualização:

Jacques Rogge, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), apontou, neste domingo, a atitude do atirador norte-americano Matt Emmons como o mais patético momento dos Jogos de Pequim. Emmons perdeu a medalha de ouro na prova final quando, por nervosismo, puxar o gatilho uma fração de segundo antes do permitido. Foi um erro chocante, que relembrou sua derrota em 2004, quando perdeu o ouro no último tiro ao acertar no alvo errado. Rogge também lembrou da cena das atletas da Rússia e da Geórgia se abraçando no pódio -- enquanto seus países estavam em conflito -- como a personificação do espírito olímpico. Mas o que realmente mexeu com Rogge foi Emmons -- mesmo ele confessando aos repórteres que não se lembrava do nome do atirador. "O que mais mexeu comigo foi a atitude daquele atirador norte-americano", disse Rogge na entrevista coletiva de encerramento dos Jogos. Ele relembra como Emmons escolheu o alvo errado em Atenas e perdeu a chance da medalha de ouro no último momento. "Isso é algo muito doloroso", disse Rogge. Emmons pode ter perdido o alvo em Atenas, mas encontrou o amor. A atiradora tcheca Katerina Kurkova foi consolá-lo e ali nasceu um romance que dura até hoje. Sua mulher ganhou a primeira medalha de ouro nos Jogos de Pequim. Rogge disse: "Eu os vi se abraçando. Foi um momento tocante." Mas o destino afetou Emmons mais uma vez. "Novamente na liderança e muito perto do ouro, ele pegou sua carabina, colocou o dedo no gatilho e, por alguma razão, o gatilho disparou", disse Rogge. Rogge admira a resistência de Emmons e o admira, citando uma frase do atirador: "Foi uma grande falha. Assumo a responsabilidade, mas vou voltar e vou ganhar o ouro." "Esse é o espírito dos Jogos Olímpicos. Os Jogos não são feitos só de vitórias, não só de triunfar. São feitos do esforço diário de cada atleta para ultrapassar seus limites, adquirindo resistência. Vamos esperar que ele volte."

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