Para barrar ex-dopados no Rio, COI refará testes de medalhistas em Jogos de 2008 e 2012

Entidade vai utilizar novas tecnologias para identificar substâncias

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Por Jamil Chade e correspondente em Genebra
Atualização:

Mergulhado em sua pior crise de doping em décadas, o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou que vai fechar o cerco contra todos os medalhistas dos Jogos de 2008 em Pequim e 2012 em Londres. Pelas regras, as amostras de sangue de cada atleta são mantidas por dez anos e, agora, a máxima entidade olímpica vai ordenar que elas sejam reavaliadas. A meta é de impedir que atletas que usaram substâncias proibidas no passado possam voltar a competir no Rio de Janeiro, neste ano.

A ideia de um novo teste é a de que, anos depois dos exames originais, novas tecnologias possam ser capazes de identificar substâncias que, no momento da competição, não foram detectadas. Por essa estratégia, o COI já barrou potencialmente 55 atletas que iriam ao Rio de Janeiro, em agosto.

Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI) Foto: Petr David Josek|AP

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Mas a entidade aponta que os esforços vão ser ampliados e os medalhistas das duas últimas olimpíadas serão reexaminados. "Os programas de reavaliação de 2008 e 2012 serão fortalecidos", disse o COI, em uma declaração em Lausanne. "Vamos colocar os medalhistas como alvos", explicou a entidade.

Além dos novos testes, o COI indicou que vai dobrar o orçamento para o combate ao doping, antes do Rio de Janeiro. O valor será agora de US$ 500 mil apenas para os testes. Prometendo tolerância zero, a entidade não disfarça seu constrangimento diante das revelações sobre como o governo russo teria organizado um esquema de doping de seus atletas.

Em meados de junho, o COI terá de tomar uma decisão se a responsabilidade é coletiva ou se a Justiça deve ser aplicada de forma individual. Se optar pela primeira, a Rússia pode ficar de fora dos Jogos do Rio.

Na busca por brechas no uso de substâncias, o COI anunciou que vai ainda focar seus testes em atletas do Quênia e México, além da Rússia, que são países que hoje não estão em conformidade com os padrões exigidos pela Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês). Esportes criticados pela falta de testes regulares, como o boxe, também receberão uma atenção especial.