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Para Holyfield, fracasso dos EUA no boxe é culpa do dinheiro

Por MARTYN HERMAN
Atualização:

Ele mesmo um medalhista olímpico pelo boxe dos Estados Unidos, o pesado Evander Holyfield acredita que a má performance da equipe de seu país nesta Olimpíada de Pequim possa ser creditada à obsessão por dinheiro. Holyfield tinha previsto três medalhas de ouro no boxe, mas somente o pesado Deontay Wilder segue na competição, dos nove que começaram. "Eles não foram bem, não foram mesmo", disse Holyfield, bronze em Los Angeles-1984, à Reuters, na terça-feira. "Temos de trabalhar direito o programa amador, para fazermos melhor daqui a quatro anos." "O problema é que hoje é tudo em cima de dinheiro. Quando tudo é por dinheiro, isso acontece. Os caras estão pensando só em dinheiro. Existe um tipo de manipulação, onde está se dizendo aos garotos 'vai lá e vira profissional, medalhas de ouro não são importantes'." "Os agentes não querem os garotos ganhando ouro, porque terão de pagar mais para eles." Holyfield levou mais de 150 vitórias como amador antes de se tornar profissional, em 1984. Ele acredita que toda essa experiência o ajudou a se juntar aos maiores pugilistas dos Estados Unidos, como Oscar de la Hoya, Muhammad Ali e George Foreman -- os três foram campeões olímpicos. "Lá atrás, tinha boxe amador na TV todo fim de semana, nos Estados Unidos", disse Holywoord. "Motivava a procura do boxe." "Quando você tem um bom planejamento no programa amador, isso ajuda no desenvolvimento das habilidades dos boxeadores. Olhe para o programa agora. Por que os títulos mudam de mãos tão rapidamente? É porque esse caras não sabem lutar com estilos diferentes." "Quando você é profissional, evita pugilistas que não 'combinam' com seu estilo. E isso os faz frágeis. O boxe amador é mais difícil que o profissional, porque você tem de enfrentar cada um, e com estilos diferentes, de acordo com sorteio." "Sem uma boa base como amador, é o mesmo que perder a escola fundamental e média. É sua educação como boxeador."

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