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Pedro Barros, o campeão que sabe se divertir nos torneios

Esperança de medalha do Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio é o destaque no Vans Park Series

Por Catharina Obeid
Atualização:

Pedro Barros não ganhou um, nem dois, nem três troféus da competição mais importante do skate. Aos 23 anos, o catarinense é hexacampeão mundial do X-Games. Apontado como sucessor de Bob Burnquist, skatista que mais levantou a bandeira brasileira no cenário do skate internacional, ele é um dos maiores nomes na categoria park, que une elementos do vertical, bowl e street.

A modalidade vai estar na próxima edição da Olimpíada, e o brasileiro natural de Florianópolis é uma das grandes apostas na corrida pelo ouro. Mas, antes disso, ele precisa se classificar e o Vans Park Series pode ajudar. A etapa brasileira do campeonato mundial de park ocorre neste sábado em São Paulo e garante pontos no ranking que classificará para os Jogos de Tóquio, em 2020.

Pedro Barros, skatista brasileiro,durante disputa do Vans Park Series Foto: Anthony Costa

Mas toda essa história com o esporte começou lá atrás, em 1996, quando Pedro tinha pouco mais de um ano e ainda usava fraldas. Sua mãe conta que um amigo de seu pai esqueceu um skate na casa deles. O resultado? “Eu acabei brincando como se fosse um carrinho mesmo, virou um meio de locomoção. Em vez de andar de andador, eu subia no skate e ia me apoiando na parede”, conta.

Filho do surfista André Barros, o skatista cresceu entre a praia e o asfalto. Foi apresentado aos dois mundos desde cedo e até hoje continua se aventurando em ambos. Um por hobby, outro como estilo de vida. Pedro conta que o lado profissional do skate veio naturalmente. “Aos seis anos já comecei a competir em vários campeonatos de iniciantes e amadores. Com 10 anos eu já tinha participado de umas 40 competições”, relembra.

Para ele, todo esse preparo emocional está vinculado ao seu sucesso na modalidade. “Eu sempre levei a competição como uma brincadeira divertida. Se eu for bem, ótimo, se não, azar. Pelo menos eu tentei, me esforcei e curti o momento”, analisa. Além do acompanhamento de profissionais, uma outra ajuda foi determinante: autoconhecimento. Respeitar seu corpo, sua mente e até mesmo sua intuição. Com isso, ele acredita que evitou muitas lesões na carreira – e olha que quebrou o braço três vezes, o dedo, o cotovelo e a clavícula.

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Lizzie Armanto. Foto: Anthony Costa

Sempre com um sorriso no rosto, Pedro é uma pessoa cheia de energia e muito sincero quanto a seu sonho no esporte. Diferente do que outros atletas diriam, o skatista não fala de conquistas pessoais, medalhas ou vitórias. Sua maior ambição é passar a mensagem, que o skate passou para ele, para outras pessoas: “A gente olha para todos os lados e parece que não tem saída, mas o skate sempre te dá uma saída.”

Objetivo esse que pode ser conquistado com a ajuda da Olimpíada. Na visão do catarinense, além da positiva visibilidade e diminuição do preconceito, a competição vai fazer com que o esporte seja dividido em duas modalidades diferentes, que ele chama de “skateboard verdadeiro” e o “skate olímpico”.

Ao mesmo tempo que vai ter uma “galera robozinha que vai treinar durante quatro anos e fazer uma apresentação perfeita”, a cena underground vai continuar a existir. O motivo? “A diferença é que além de habilidade, no skate você também tem de saber se expressar, como na arte ou na música”. E garante: “O skateboard, como estilo de vida, não vai morrer. Pelo menos até os originais estarem vivos, vamos manter isso vivo, juntos.”

Yndiara Aspconstruiu um bowl na casa de seu pai, em Florianópolis. Foto: Anthony Costa
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