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Pinheiros investe R$1,5 mi e emplaca metade em Pequim

É no clube paulista que treinam os classificados César Cielo, Lucas Salatta, Flavia Delaroli e Poliana Okimoto

Por Tatiana Ramil
Atualização:

Cinquenta por centro da equipe brasileira de natação que disputará a Olimpíada de Pequim é formada por atletas do Pinheiros, clube que investe R$ 1,5 milhão por ano na modalidade e pretende se firmar como centro de excelência esportivo do país. O técnico de natação Alberto Silva afirma que o Pinheiros tem a "vocação de formar atletas" e que o clube está no mesmo nível de potências mundiais, como os Estados Unidos. Veja também:  Técnico do Brasil aposta em Cielo para pódio nos Jogos Olímpicos "Com o que a gente tem de estrutura, a gente não deixa praticamente nada a dever do que é feito lá (nos EUA). Às vezes a gente é até melhor. Estamos levando 15 atletas da natação do Pinheiros para Pequim. Não acredito que nenhum clube americano tenha tantos atletas", disse à Reuters o treinador, conhecido como Albertinho. O clube tradicional de São Paulo, fundado há 108 anos, tem, até agora, 11 dos 22 atletas brasileiros classificados para Pequim. Mas os revezamentos femininos devem garantir vaga - dependem da confirmação da federação internacional, em julho - o que elevaria o total de pinheirenses para 15. Albertinho, também já garantido como um dos técnicos que vai a Pequim, acredita que o Esporte Clube Pinheiros atingirá o nível de excelência internacional quando juntar, dentro do clube, todos os profissionais necessários para acompanhar o desenvolvimento do atleta, como fisiologistas, nutricionistas, entre outros. Atualmente, esses trabalhos são realizados fora do clube. "Tem que centralizar tudo aqui, trabalhando em conjunto e interferindo na metodologia", declarou. Para o treinador, o Brasil não obtém o sucesso nas piscinas como os Estados Unidos, por exemplo, pela enorme quantidade de atletas disponíveis naquele país, onde a "base do esporte está nas escolas e nas universidades". Os EUA não são o modelo de treinamento a ser seguido pelo Brasil, justamente pela diversidade de atletas, segundo Albertinho. Ele está desde 1986 no Pinheiros e mantém parceria com uma equipe norte-americana liderada pelo bicampeão olímpico Gary Hall Jr. "Em termos de periodização do trabalho, aqui a gente se baseia na Europa. Lá eles têm um número reduzido de atletas, então esse cara não pode errar... Os americanos tem criatividade numa série, na criação de materiais, e isso a gente usa bastante", disse. GRUPO SELETO Entre os destaques da natação do Pinheiros estão César Cielo, Lucas Salatta, Guilherme Guido, Henrique Barbosa, Flavia Delaroli e Gabriela Silva, além de Poliana Okimoto, que disputará a maratona aquática. Para treinar natação no Pinheiros é preciso ser associado - são no total 36 mil - ou receber um convite, se tornando um "militante". O clube oferece ajuda de custo que vai de R$ 100 a cerca de R$ 12 mil, disse o diretor-adjunto de natação, Marcelo dos Santos. "Essa bolsa pode subir e descer. Existe um critério, os resultados individuais, os pontos que marcaram pelo clube e isso é renovado a cada temporada", comentou Santos, acrescentando que quando o atleta vai treinar fora do país, como aconteceu com Cielo, o Pinheiros continua pagando. O Pinheiros, que domina os principais torneios nacionais interclubes, tem um investimento anual na natação de cerca de R$ 1,5 milhão. No total, dispõe de R$ 19 milhões ao ano para manter sua estrutura esportiva. Nos Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007, os atletas pinheirenses conseguiram 23 medalhas. Na Olimpíada de Atenas-2004, a delegação do clube participou com 16 atletas, 3 técnicos e 1 médico. Para os Jogos de Pequim, são 40 integrantes, mais de 15 por cento da delegação brasileira. "O Pinheiros tem uma tradição grande nos esportes de alto rendimento, sempre investiu muito na formação dos atletas e na manutenção deles", disse Santos.