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Presidente do COI se cala sobre direitos humanos na China

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Por Redação
Atualização:

O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, não pode falar detalhadamente sobre direitos humanos na China por razões diplomáticas, afirmou ele em entrevista neste sábado. "Claro que eu valorizo inquestionavelmente os direitos humanos", disse ele ao semanário esportivo francês L'Equipe Magazine. "(Mas) razões de Estado me proíbem de me expressar em detalhes sobre o assunto", acrescentou o dirigente em entrevista, duas semanas antes do início dos Jogos de Pequim. "Eu tenho que ser cuidadoso sobre o que faço e digo. Sou o chefe de uma organização. Meu trabalho é fazer com que as Olimpíadas sejam um sucesso, e deixar os atletas se expressarem livremente. Eu sou criticado. E eu respondo afirmando que estou pronto para receber o impacto para proteger os atletas", disse o belga. "Devido às minhas responsabilidades, perdi um pouco da minha liberdade de expressão", acrescentou. A Olimpíada começa no dia 8 de agosto em Pequim. A China sofreu grande pressão dos países ocidentais devido à sua política para o Tibete, violações de direitos humanos e liberdade de imprensa. Em abril, Rogge pediu aos países ocidentais para que parassem de pressionar a China sobre direitos humanos e disse que preferia uma discussão respeitosa e silenciosa, mas firme. Preocupações foram também levantadas sobre a possibilidade de boicote à cerimônia de abertura dos Jogos por parte de alguns líderes de governo, como forma de protesto contra o governo chinês. "Eu chamo de hipocrisia quando ouço um político exigindo um boicote à Olimpíada de Pequim, quando ele não considera por um segundo a possibilidade de chamar seu embaixador de volta ou acabar com o comércio (com a China)", afirma Rogge. "Por que deveria o esporte pagar pelo resto? É inaceitável", disse ele. Rogge garantiu que os atletas poderão protestar e se expressar em qualquer lugar, "menos nos estádios e dentro da Vila Olímpica." Ele disse que eles são livres para se expressar "na área de imprensa, coletivas, estúdios de TV, na rua, etc." Rogge também respondeu a críticas ao COI e afirmações de que havia muito dinheiro envolvido nas Olimpíadas. "Os Jogos, para colocar as coisas claramente, custam cerca de 4,5 bilhões de euros, por ciclo de quatro anos. Nenhum desses euros vem de pagadores de impostos. A televisão e patrocinadores são os únicos que pagam pelas Olimpíadas." Ele afirmou que o COI repassou 94 por cento de seus lucros para comitês organizadores e federações internacionais de esportes.

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