Primeiro-ministro do Japão promete controlar a covid-19 e realizar a Olimpíada

Yoshihide Suga prometeu realizar os Jogos como 'uma prova da vitória humana contra o coronavírus'

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Por Redação
Atualização:

O primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, prometeu nesta segunda-feira obter o controle da pandemia do coronavírus e garantir a realização dos Jogos Olímpicos de Tóquio, adiados no ano passado e com início previsto para 23 de julho. Em discurso de abertura de uma nova sessão do Parlamento, Suga afirmou que seu governo revisará as leis para tornar as medidas antivírus aplicáveis com penalidades e compensação.

No início da pandemia, o Japão conseguiu manter sob controle o número de casos de coronavírus por intermédio de pedidos para empresas fecharem ou operarem com redes sociais, distanciamento e para as pessoas ficarem em casa. Mas nas últimas semanas foi registrado um aumento grande de casos por dia, em parte devido a atitudes atenuadas. Suga disse que seu governo pretende iniciar a vacinação o mais rápido possível.

Suga afirmou que seu governo revisará as leis para tornar as medidas antivírus aplicáveis com penalidades e compensação. Foto: EFE/EPA/NICOLAS DATICHE / POOL

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"A fim de restaurar a sensação de segurança, pegarei a pandemia de coronavírus, que se alastrou em todo o mundo e agora está afetando gravemente o Japão, sob controle o mais rápido possível", disse o ministro. "Eu estarei na linha de frente de batalha, com a cooperação do povo japonês."

Suga prometeu realizar a Olimpíada como "uma prova da vitória humana contra o coronavírus". "Teremos medidas anti-infecção completas em vigor e prosseguiremos com a preparação com determinação para alcançar os Jogos que podem trazer esperança e coragem a todo o mundo".

Pesquisas recentes da mídia mostram que cerca de 80% do público japonês acha que a Olimpíada não vai ou não deveria acontecer. Suga disse que a vacina é o "argumento decisivo" contra a pandemia e espera começar vacinação quando o Ministério da Saúde do Japão aprovar a vacina desenvolvido pela Pfizer, um dos três fornecedores estrangeiros para o Japão, em fim de fevereiro.

O Japão confirmou mais de 330 mil infecções e 4,5 mil mortes por covid-19, números que aumentaram recentemente, embora ainda sejam muito menores do que em muitos outros países de seu tamanho. Suga, em 7 de janeiro, decretou estado de emergência para a área de Tóquio e expandiu para todo o país, na quarta-feira passada, com o aumento de infecções sobrecarregando os sistemas médicos.

Mas o ministro tem sido criticado por ser lento para implementar medidas preventivas após o início do novo surto, aparentemente devido à relutância de seu governo em prejudicar ainda mais a economia. Suga manteve a campanha de promoção de viagens subsidiada pelo estado "Go To" ativa até final de dezembro, o que lhe causou muitas críticas por apoiar a indústria do turismo devastada pela pandemia.

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O estado de emergência - cobrindo mais da metade dos 127 milhões de japoneses e previsto até 7 de fevereiro - pede que bares e restaurantes fechem às 20h, as empresas utilizem 70% de seus funcionários, com prioridade de trabalho feito em casa e para que as pessoas não deixem suas residências por motivos não essenciais.

Uma das mudanças propostas nas medidas antivírus legalizaria a compensação para os empresários que cooperam com tais medidas e permitem multas ou prisão para aqueles que os desafiam. O governo de Suga também planeja revisar a lei de doenças infecciosas para permitir que as autoridades penalizem pacientes que se recusam a ser hospitalizados ou a cooperar com funcionários da saúde.

Autoridades de sanitárias acreditam que um número crescente de pessoas está desafiando as instruções para se auto-isolar ou ser hospitalizado, espalhando o vírus e dificultando o rastreamento do contato. Os legisladores e especialistas da oposição estão cautelosos quanto à punição para os pacientes, citando preocupações com os direitos humanos. Eles também dizem que essa punição é inútil quando os hospitais estão ficando sem leitos e forçando centenas de pessoas a esperar em casa.

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