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Refeições aos operários dos Jogos de Pequim causam polêmica

Concorrência de vendedores ambulantes, sem licença, começa a incomodar a prefeitura da cidade de Pequim

Por EFE
Atualização:

A alimentação dos 6 mil operários que trabalham nas obras das instalações para os Jogos Olímpicos de Pequim vem dando dores de cabeça para a prefeitura da capital chinesa. Segundo o departamento municipal de Qualidade e Segurança Alimentar, os vendedores de refeições nas imediações destas obras não têm licença, e seus produtos podem ser prejudiciais para a saúde dos trabalhadores. Além disso, as autoridades querem controlar os preços do que é vendido, pois sabem que estes são bem menores. Por isso, a prefeitura pediu aos operários que usem os refeitórios "oficiais", que vendem pratos de comida a 5 iuanes (US$ 0,65). Não está sendo fácil convencê-los, já que os vendedores ambulantes costumam oferecer marmitas a 4 iuanes (US$ 0,53). Embora pareça pequena, a diferença é importante para eles, cujos salários são muito baixos. Para tentar espantar os vendedores (e fazer concorrência), a prefeitura aprovou ontem baixar o preço da comida de 5 para 4 iuanes, pedindo mais uma vez aos operários que consumam alimentos que tenham sido convenientemente supervisionados pelas autoridades. Segundo o jornal "Beijing Times", a refeição dos operários "olímpicos" costuma ser muito simples - em geral, composta por arroz (ou pão branco) e um pouco de carne e vegetais para acompanhar. Como ocorre na maioria das construções das grandes cidades chinesas, os operários das instalações olímpicas são em sua maioria imigrantes rurais, que algumas vezes sofrem até discriminação da população urbana. Em abril deste ano, seis pessoas que trabalhavam numa nova linha de metrô que fará ligação com a Vila Olímpica morreram na queda de um túnel, no pior acidente envolvendo os preparativos para o evento. Um dos corpos não foi encontrado até seis semanas depois do fato.

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