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Revezamento da tocha em Paris é suspenso após protestos

Trecho final foi feito de ônibus após os vários problemas com os condutores devido aos manifestos pró-Tibete

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Por Thierry Leveque , Cris e Brian Rohan
Atualização:

O revezamento da tocha olímpica pelas ruas de Paris nesta segunda-feira foi cancelado e a chama acabou sendo levada para dentro de um ônibus a pedido de autoridades chinesas, após protestos pró-Tibete na capital francesa, informou a polícia. Veja também:  Protestos em Paris cancelam revezamento  Imagens dos problemas no revezamento em Paris  China condena ataques à tocha olímpica; COI condena atentado  Chineses censuram cobertura da tocha olímpica apagada em Paris  O trajeto completo do revezamento da tocha pelo mundo As autoridades chinesas que organizam a passagem da chama pela cidade decidiram desistir do revezamento após manifestações de grupos de direitos humanos em frente ao parlamento e optaram por levar a chama até o ponto final do revezamento, no extremo sul de Paris, de ônibus. Pouco antes, os chineses cancelaram em cima da hora uma planejada recepção da tocha na Prefeitura de Paris, onde foi pendurada uma faixa em apoio aos direitos humanos na fachada do prédio, disse a repórteres o prefeito Bernard Delanoe. A passagem da tocha por Paris, que teria duração de 5 horas, foi atrasada em diversos momentos por manifestantes que tentavam bloquear o caminho do revezamento desde seu início, na Torre Eiffel. Antes do cancelamento, a tocha já havia sido colocada a bordo de um ônibus para protegê-la da multidão. Em seguida, a tocha olímpica apagou pelo menos duas vezes. A chama primeiro precisou ser apagada por seguranças por um problema técnico, segundo um policial. Um dirigente chinês disse à agência de notícias estatal Xinhua que o fogo foi apagado por razões de segurança. A tocha então foi reacesa e o revezamento continuou pelas ruas da capital francesa, até que o fogo se apagou novamente, apesar de os manifestantes estarem aparentemente bem longe da equipe do revezamento, que recebeu escolta pela polícia. "Boicotem os produtos chineses" e "Salve o Tibete" diziam alguns dos cartazes segurados pelos manifestantes. "Estamos fazendo o nosso melhor, mas dependerá do mundo colocar pressão na China para ajudar a levar democracia e direitos humanos para o Tibete", disse Phurbu Dolker, refugiado tibetano de 21 anos. As cenas foram uma repetição dos protestos que marcaram a passagem da tocha por Londres no domingo. Três horas após o início do revezamento de 28 quilômetros pelas ruas de Paris, as táticas dos manifestantes representaram um atraso acumulado de cerca de duas horas. FIASCO "Fiasco na segurança", disse o canal de TV France 24 em um banner passando na parte de baixo da tela. Pelo menos 23 pessoas foram detidas pela polícia por tentarem atrapalhar a passagem da tocha, disse um porta-voz do movimento Tibete Livre. Militantes do grupo Repórteres Sem Fronteiras se acorrentaram à Torre Eiffel e penduraram uma bandeira preta com algemas substituindo os anéis olímpicos. Um membro do Partido Verde francês havia sido detido mais cedo pela polícia quando tentou tomar a tocha das mãos do ex-campeão dos 400 metros com barreira Stephane Diagana, a primeira das 80 pessoas que participarão do revezamento da tocha em Paris. Escoltado por seguranças, Diagana usava a inscrição "Por um mundo melhor", numa iniciativa do comitê nacional de atletas franceses. Centenas de manifestantes com cartazes e bandeiras se reuniram na praça Trocadero, do lado oposto do rio Sena ao da Torre Eiffel, onde o revezamento começou às 7h35 (horário de Brasília). No sábado, a ministra francesa dos Direitos Humanos, Rama Yade, negou que o presidente francês, Nicolas Sarkozy, boicotará a cerimônia de abertura dos Jogos, caso a China não dialogue com o líder espiritual tibetano Dalai Lama. A chama olímpica deve atrair protestos até o dia 6 de agosto, quando chegará a Pequim dois dias antes de ser usada para acender a pira olímpica durante a cerimônia de abertura dos Jogos.

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